ÁSIA/TERRA SANTA – Diretor da Caritas Jerusalem: os assentamentos e o muro ameaçam o processo de paz

Quarta, 31 Julho 2013

Ramallah (Agência Fides) – "A retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos é um fato positivo, porque a única maneira de resolver os problemas é negociando, mas as condições em que ocorrem não deixam espaço a muitas expectativas, porque existem demasiados obstáculos para a solução de dois povos e dois Estados, a partir dos assentamentos de colonos que Israel continua construindo nos territórios palestinos." Assim o sacerdote palestino Raed Abusahliah, diretor-geral da Caritas Jerusalém, relatou à Agência Fides as considerações difundidas entre cristãos árabes da Terra Santa em relação às novas negociações em andamento entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina sobre o impulso da atual administração dos EUA. Segundo Pe. Raed, o início de uma negociação é sempre uma boa notícia, sendo também apropriada a "decisão de fixar um prazo, 9 meses, para se chegar a um acordo". Por outro lado, "a parte palestina parece enfraquecida: o presidente Abu Mazen não tem o apoio do Hamas, e até mesmo alguns grupos do desafio OLP contestam a base sobre a qual começou a discussão". Em particular, toda expectativa excessiva sobre o êxito das novas negociações, segundo o sacerdote árabe é fatalmente contrariada pela política dos fatos seguida pelo governo israelense. "Temo que a solução dois estados para dois povos, explica Pe. Raed, se torne impraticável pelos fatos: dentro dos territórios palestinos existe centenas de assentamentos habitados por milhares de colonos ideologicamente orientados, e continuam a construção de novos assentamentos. Quem tem o poder e a intenção de convencê-los a sair? E depois há o Muro de Separação que os israelenses estão construindo e que irão propor como novo confim, mesmo se não corresponde com a fronteira estabelecida pela ONU em 1967 e inclui vários territórios palestinos". Do ponto de vista das igrejas e outras comunidades religiosas, sublinha o diretor de Caritas Jerusalém, "o acordo deve proteger a liberdade de movimento e acesso aos Lugares Santos que incrivelmente diminuiu desde o início das negociações entre israelenses e palestinos. Após os acordos de Oslo, a liberdade de acesso aos Lugares Santos não é mais garantida. Muitas cidades, incluindo Ramallah, são circundadas por postos de controle. São necessárias garantias internacionais para a implementação de todo eventual acordo, especialmente no que diz respeito à liberdade de acesso aos Lugares Santos". (GV) Agência Fides 31/7/2013).


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