ÁSIA/ISRAELE – Portas abertas à imigração dos coptas perseguidos? O governo israelense desmente

Quarta, 3 Abril 2013

Jerusalém (Agência Fides) – As recentes, surpreendentes vozes sobre um presumível ‘caminho privilegiado’ reservado pelas autoridades israelenses à imigração de cristãos coptas em fuga do Egito, politicamente em mãos dos Irmãos Muçulmanos, receberam a primeira oficiosa desmentida por parte do governo de Israel.
Segunda-feira, 1º de abril, o jornal egípcio Youm7 atribuiu ao governo israelense a intenção de aplicar aos egípcios de fé copta que fogem de seu país medidas de acolhimento dedicadas aos perseguidos. O advogado de origem egípcia Mansour al Samuely, apresentado pelo jornal como chefe do escritório israelense de pedidos de permanência de imigrantes, falou que 237 núcleos familiares coptas já chegaram a Israel para obter asilo em virtude de seu status de perseguidos.
Uma desmentida atribuída a uma fonte anônima do governo israelense foi difundida ontem pelo correspondente de Jerusalém pela rede Al Arabiya. O anônimo funcionário israelense observou que é impossível aplicar o direito de asilo a pessoas provenientes de “um país amigo com o qual compartilhamos um tratado de paz”.
As ilações sobre fluxos migratórios de cristãos coptas rumo a Israel chamam a atenção para a delicada questão das relações entre a maior Igreja cristã autóctone presente nos países árabes e o Estado hebraico. Em 1979, depois do tratado de paz entre Egito e Israel, Papa Shenuda III – então líder da Igreja copta ortodoxa – emanou um decreto que proibia aos coptas ortodoxos peregrinarem em terras israelenses, em sinal de solidariedade com os palestinos sob ocupação. Aquela medida ainda não foi revogada, mesmo que depois da morte de Papa Shenuda tenham aumentado as infrações por parte de muitos grupos de fiéis coptas ortodoxos que entraram em Jerusalém como peregrinos. (GV) (Agência Fides 3/4/2013).


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