ÁSIA/IRAQUE - Novo grupo militante xiita ameaça sunitas e cristãos

Bagdá (Agência Fides) – O que todos temem é um retorno da violência sectária que por anos ensanguentou o país: famílias de um bairro sunita de Bagdá receberam nas semanas passadas advertências e ameaças do Exército de Mukhtar, novo grupo militante muçulmano xiita que está aterrorizando a população civil com o slogan do tipo: "Fujam ou iniciará uma grande agonia". Segundo os observadores, o grupo, que teria contatos com a Guarda Revolucionária iraniana, pretende reacender no país tensões sectárias que eclodiram após a chegada das tropas estadunidenses, que depois diminuíram a partir de 2008, e quer atingir, de modo especial, os sunitas e outras minorias religiosas. Uma onda semelhante de violência poderia facilmente anular os progressos que o Iraque alcançou nos últimos anos, em nível político, econômico e social.
A minoria sunita no Iraque promoveu várias manifestações públicas, lamentando “uma discriminação por parte do governo atual”, enquanto grupos extremistas sunitas aumentaram os ataques contra objetivos sunitas. As forças de segurança iraquianas, presentes em vários bairros de Bagdá, tentam garantir mais segurança para a população civil, mas muitos temem o surgimento de um autêntico conflito confessional.
Nesta situação, os cristãos iraquianos continuam a ser o elo frágil da sociedade: em meio do conflito entre xiitas e sunitas, vítimas de grupos terroristas que consideram as minorias religiosas “hóspedes indesejadas” no país. Cientes da delicadeza do momento e dos desafios futuros, os líderes cristãos, e de modo especial o novo Patriarca Caldeu, Dom Luis Sako, pedem a todos os cidadãos que “abandonem interesses pessoais, partidários, religiosos e confessionais” e apelam aos representantes da política, da sociedade e das comunidades religiosas para que “trabalhem pelo bem do Iraque e pelo bem do povo iraquiano”. (PA) (Agência Fides 27/2/2013)