ÁFRICA/SUDÃO - Darfur. Alarme da ONU: Mais de 200 mil novos refugiados obrigados a fugir em um mês. Para piorar, terror e violência bloqueiam as ajudas para 1 milhão e 500 mil refugiados

Quarta, 13 Outubro 2004

Roma (Agência Fides)- Um mês de mais violência na região de Darfur, no Sudão, levou mais de 200 mil pessoas a deixarem suas casas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). A falta de segurança também está impedindo a entrega de ajuda a 1,5 milhão de pessoas desabrigadas que estão na região, segundo o coordenador do apoio humanitário ao Sudão, Manuel Aranda da Silva. Segundo Silva, aumentaram os roubos a funcionários que entregam a ajuda.
A ONU ameaçou impor sanções ao Sudão se o governo fracassar no combate à violência em Darfur, palco de recente rebelião. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, indicou, este mês, um painel para investigar notícias de genocídio em Darfur, uma região remota e árida do tamanho da França, onde cerca de 50 mil pessoas morreram nos últimos 18 meses.
O governo é acusado de não conter os Janjaweed, uma milícia de origem étnica árabe acusada de matar milhares de civis negros africanos e deixar vilarejos desérticos como parte de uma campanha contra rebeldes locais.
A morte de dois funcionários da Save the Children, um britânico e um sudanês, salientou os riscos que as organizações humanitárias enfrentam.
O painel da ONU indicado por Annan tem um prazo de três meses para apresentar suas conclusões.
Os Estados Unidos já disseram que o caso de Darfur constitui genocídio e organizações de defesa dos direitos humanos disseram que os ataques a civis são crimes de guerra (veja Fides de 22 de julho de 2004). (L.M.) (Agência Fides 13/10/2004)


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