ÁFRICA/BURUNDI - “Respeitem a data das eleições: 31 de outubro” - dizem os Chefes-de-Estado africanos às partes do Burundi que querem o adiamento das eleições políticas

Segunda, 7 Junho 2004

Bujumbura (Agência Fides) - As eleições de 31 de outubro de 2004 não se tocam. É a advertência contida no comunicado final da cúpula para o processo de paz em Burundi, realizada em Dar es Salaam (capital da Tanzânia), em sábado, 5 de junho.
A cimeira foi presidida pelo Chefe-de-Estado tanzaniano, Benjamin Mkapa, e contou com a participação dos presidentes de Burundi (Domitien Ndayizeye), Uganda (Yoweri Museveni), Ruanda (Paul Kagame) África do Sul (Thabo Mbeki), Zâmbia (Levi Mwanawasa), e com o premiê etíope, Males Zenawi.
Já no passado, expoentes do governo de Burundi admitiram considerar a hipótese de adiar as eleições políticas por motivos de caráter organizacional. “Reconfirmando a data original, os Chefes-de-Estado e de governo africanos engajados na mediação do conflito burundinense expressaram preocupação, pois o adiamento do pleito pode levar ao fracasso os acordos alcançados” - diz um observador local.
Em 2003, o FDD, principal grupo de guerrilha do Burundi, alcançou um acordo de paz com o governo. O acordo foi assinado pelo Presidente burundinese, Domitien Ndayizeye, e pelo líder do FDD, Pierre Nkurunziza, em 16 de novembro em Dar es Salaam, capital da Tanzânia, e previa a divisão do poder e a integração dos combatentes hutus ao exército regular, atualmente controlado pela minoria tutsi. O tratado incluía também a cessação imediata das hostilidades entre exército e forças do FDD. Os rebeldes obtiveram a vice-presidência da República, quatro ministérios, 40% dos postos de oficiais de exército e 35% da polícia.
Foram excluídos dos acordos os guerrilheiros das Forças Nacionais de Libertação (FNL), que continuam a praticar ataques em algumas áreas do país. (L.M.) (Agência Fides 7/6/2004)


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