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Genebra (Agência Fides) - A Organização Mundial da Saúde alerta para o abismo crescente entre as condições dos países mais pobres e o restante do mundo. Enquanto a expectativa de vida cresce na maioria dos países do mundo, nas áreas da África subsaariana devastadas pela AIDS, a mortalidade entre os adultos é superior se comparada a 30 anos atrás. Em um documento de 194 páginas (“Relatório sobre a saúde mundial”) a OMS apresenta dados sobre expectativas de vida, mortes no trânsito, luta contra a poliomielite e o drama da AIDS.
Em 14 países africanos, a mortalidade infantil é maior do que em 1990 e em países como Serra Leoa, 300 crianças a cada mil morrerem antes de completar cinco anos de vida. Das 57 milhões de mortes prematuras em 2002, 10,5 milhões verificaram-se entre crianças com menos de cinco anos que vivem, em 98% dos casos, nos países em desenvolvimento. Em Zimbábue, a expectativa de vida média para os dois sexos é de 37,9; na Zâmbia, 39,7; e em Angola, 39,9; enquanto na Suíça é de 80,6; na Suécia, 80,4; e na França de 79,7. Um recém-nascido no Japão pode esperar viver 85 anos, enquanto um recém-nascido em Serra Leoa provavelmente não poderá viver mais do que 36 anos.
Segundo o relatório, a AIDS é a causa crescente de morte entre os 15 e os 59 anos, determinante na redução da expectativa de vida em Botsuana, Lesoto, Suazilândia e Zimbábue. As mortes provocadas pelo vírus e por suas complicações são quase o dobro em relação às mortes por doenças cardíacas e circulatórias, e da terceira causa mortal, a tuberculose. Quanto ao fumo, o cigarro é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas todos os anos: em 2002, mais de 1,2 milhão de pessoas morreram por causa do câncer de pulmão, em grande parte causado pelo fumo, uma doença que aumentou 30% desde 1990; e ¾ das vítimas são homens. (AP) (19/12/2003 Agência Fides; Linhas:26 Palavras:342)
