AMÉRICA/PARAGUAI -COMUNHÃO E SOLIDARIEDADE: A RESPOSTA DA IGREJA À GLOBALIZAÇÃO NO PLANO DO CELAM PARA 2003-2007.

Sexta, 23 Maio 2003

Tuparenda (Agência Fides) – O novo Plano Global 2003-2007, aprovado no dia 15 de maio pela 29ª Assembléia do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), tem como título: “Verso uma Igreja casa e escola de comunhão e de solidariedade num mundo globalizado – humanizar a globalização, globalizando a solidariedade”. Acentua-se promoção da comunhão e da solidariedade: de fato, o plano pretende ser uma resposta da Igreja Latino-Americana às dramáticas e complexas conseqüências do fenômeno da globalização. O Plano, articulado em 35 programas com 88 projetos, possui como objetivo fundamental “levar os fiéis à busca de Cristo dentro da Igreja” e de “favorecer o encontro com Ele”. O individualismo acentuado e a desesperada busca do lucro na sociedade hodierna, podem ser detidos com a solidariedade diante dos irmãos mais necessitados. Outras prioridades consideradas pelo Plano foram: a promoção da honestidade; a educação cívica e um maior protagonismo cultural e social dos leigos.
A partir da análise da realidade latino-americana constatou-se que a corrupção e a pobreza são males comuns nas diversas nações. Dom Antônio Arregui Yarza, Bispo de Ibarra (Equador), afirmou que está acontecendo “uma desagregação das instituições” e esta situação interpela a Igreja, porque é evidente que a ninguém é lícito roubar ou utilizar o poder para enriquecer, manipular a justiça ou legiferar a favor de interesses econômicos particulares. “Devemos nos reunir ao redor da bandeira da dignidade e lutar contra a corrupção, caso contrário, entraremos na lei da selva”, afirmou o referido Bispo. Por sua vez, o Cardeal Rodriguez Maradiaga, Arcebispo de Tegucigalpa (Honduras) acenou ulteriormente que “a separação entre ética e vida gera a cobiça, a busca do dinheiro pelo dinheiro, até ao ponto de chegar a níveis muito altos de corrupção”. Um grande desafio para a Igreja é também aquela de recuperar o sentido ético na vida cotidiana.
E, finalmente, quanto a relação entre a Igreja e os governantes locais, os Bispos Latino-Americanos reafirmaram que a Igreja deve ser independente dos governos, e Dom Jaime Chemello, Bispo de Pelotas (Brasil) afirmou a esse respeito que “se deve distinguir o papel da Igreja e a função do governo”. Neste sentido, “a Hierarquia deve tomar as devidas distâncias do governo, para poder ter uma posição crítica em relação a todas as coisas que não são positivas para o povo. Nós não estamos contra ninguém, mas a favor do Evangelho e do povo!”. (R.Z.) (Agência Fides – 23/05//2003; linhas: 32; palavras: 405).


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