VATICANO - “O Senhor Jesus acompanha o homem na vida de todos os dias, graças também à Igreja, presente nas comunidades, escolas, aeroportos, estações de trem e nas ruas, com uma pastoral de encontro e acolhida”: documento final do encontro “Na estrada de uma mobilidade sustentável”, promovido pelo Pontifício Conselho para os Migrantes

Quarta, 17 Janeiro 2007

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “Onde estiver o homem, com suas alegrias e suas dores, estará a Igreja, com sua presença pastoral. A atenção eclesial pela mobilidade não se limita a uma presença genérica, mas se manifesta na proclamação do Evangelho, através do testemunho, da palavra, da ação pastoral nos lugares e ambientes nos quais os homens e as mulheres de nossos tempos conduzem formas específicas de vida, geradas através de responsabilidades profissionais ou na tentativa de sobreviver”. É um trecho das Conclusões do II Encontro Internacional de Pastoral das Ruas, que se realizou nos dias 1 e 2 de dezembro, na sede do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, no Vaticano.
O Documento final do encontro, intitulado “Na estrada da mobilidade sustentável”, re-propõe a crônica do evento, uma síntese dos pronunciamentos e testemunhos dos agentes deste setor, as conclusões e uma série de sugestões. “O Senhor Jesus acompanha o homem na vida de todos os dias - consta nas conclusões, - graças também à Igreja, presente nas comunidades, escolas, aeroportos, estações de trem e nas ruas, com uma pastoral de encontro e acolhida, nos lugares onde os homens e mulheres vivem cotidianamente, ou se detêm antes de retomar seus trabalhos ou estradas. De fato, o fundamento de sua obra pastoral é a consciência de que tudo o que se faz aos menores, é feito ao próprio Cristo. A Igreja reconhece, portanto, a dignidade e os direitos também daqueles que moram nas ruas - como as crianças e mulheres, e também os sem-abrigo - porque eles também foram criados à imagem e semelhança de Deus.
Renova-se assim a opção preferencial pelos pobres, para que possam ser respeitados e viver com maior responsabilidade”. Em favor dos automobilistas e dos profissionais do transporte rodoviário e ferroviário, recomenda-se entre outras coisas, aprofundar a atenção pastoral por uma mobilidade segura, sustentável, que respeite a vida, o homem, sua dignidade, direitos e destino; intensificar os contatos com a mídia para convida-la a uma análise mais atenta das mensagens cotidianas e aliar-se a uma obra de educação, inclusive das regras do trânsito; tutelar o direito dos profissionais e dos trabalhadores de rua para condições mais seguras de trabalho; criar lugares e ocasiões de encontro com profissionais de rua, pois, diferentemente de quem usa o automóvel por exigências pessoais ou familiares, eles experimentam mais a solidão e a distância de suas famílias; realizar encontros em espaços considerados “próprios” por eles, como as grandes áreas de estacionamento, postos de abastecimento; e fazer destes encontros momentos que possam ser vividos intensa e espiritualmente, com a oportunidade de crescer na fé.
Em relação aos moradores de rua, os participantes do encontro recomendam considerar situações como a absoluta vulnerabilidade das crianças e mulheres de rua e dos sem-abrigo; responder à sua necessidade de salvação e segurança, indo ao encontro deles onde quer que estejam, nas ruas e não só, aguardando-os em centros de escuta; qualificar estes centros de modo que sejam realmente lugares de acolhida, de solidariedade e de família ampliada; ajuda-los a redescobrir a própria dignidade, a recuperar um nível adequado de auto-estima, a reintegrar-se na sociedade; organizar atividades para os jovens em situação de risco; trabalhar nos lugares de origem dos jovens e das mulheres de rua, principalmente para combater as causas de sua condição; prosseguir a obra de sensibilização da sociedade e das instituições públicas; trabalhar por uma mudança de mentalidade sobre as novas formas de pobreza, exploração e escravidão; considerar a criação de um especial website para facilitar as informações e a troca de experiências neste importante campo de atenção humana e pastoral. (S.L.) (Agência Fides 17/1/2007)


Compartilhar: