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Kampala (Agência Fides)- “Levei o testemunho de como é verdadeira a afirmação de que em qualquer guerra a primeira vítima é a verdade. Também no conflito no norte de Uganda todos mentem: o exército e os rebeldes”, afirma à Agência Fides um missionário que atua no norte de Uganda, onde em 8 de janeiro teve início uma semana de oração pela paz.
“A paz se constrói sobre a verdade e sobre a justiça”, afirma o missionário. “Como primeiro gesto concreto de reconciliação, cada um deve admitir as próprias culpas e as próprias responsabilidades em provocar a violência. É hora de acabar de dizer o falso e atribuir a culpa à outra parte. Existem responsabilidade que são compartilhadas por uma e pela outra parte”.
A iniciativa da semana de oração foi iniciada em 2006 pela Comissão “Justiça e Paz” e pela diocese de Gulu, capital da homônima região setentrional de Uganda, e se insere no âmbito das atividades pelo Dia Mundial da Paz, que se celebra em 1°de janeiro. Do encontro participam também mais de sete mil peregrinos provenientes do sul do Sudão e da República Democrática do Congo. Esses três países, após anos de guerra civil, estão tentando reencontrar o caminho da paz. “Além dos católicos, participam numerosos fiéis e líderes de outras confissões cristãs e da comunidade islâmica”, precisa o missionário.
A rebelião do Exército de Libertação do Senhor (LRA) eclodiu em 1986. Desde então, boa parte da população civil do norte de Uganda vive em campos de refugiados. Os mais visados são particularmente as crianças, que são seqüestradas durante os ataques dos guerrilheiros e obrigadas a se alistar à força no LRA.
Recentemente, a guerrilha, que tem suas bases no sul do Sudão e no norte da República Democrática do Congo, iniciou colóquios de paz com o governo de Kampala, com a mediação do governo do sul do Sudão (veja Fides 28 e 30 de agosto e 12 de setembro de 2006). (L.M.) (Agência Fides 11/1/2007)
