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Cidade do Cabo (Agência Fides)- Aumenta a preocupação na África do Sul pela difusão das drogas sintéticas, que está superando a do crack, perigoso derivado da cocaína. O fenômeno se deve também ao domínio das gangs criminosas de origem chinesa especializadas no contrabando de cristais de metafetaminas, sobre grupos criminosos nigerianos, responsáveis da difusão de cocaína e crack na África do Sul.
Os grupos chineses conseguiram prevalecer sobre os de origem indiana e paquistanesa no controle local de metafetaminas. 90% destas substancias, em nível mundial, são produzidas na Ásia, e a efedrina, substancia básica para a produção de metafetaminas, não é facilmente encontrada na África do Sul, o que torna quase impossível a produção destas drogas sintéticas.
A revolução no mercado das drogas ilegais na região de Cidade do Cabo causou entre bandos de rua encarregados da venda direta dos estupefacientes uma guerra civil que provocou diversas vítimas.
Nos últimos 4 anos, observou-se um aumento exponencial do consumo de metafetaminas na província de Cidade do Cabo. Em 2003, apenas 2,3% das pessoas internadas em centros de reabilitação para viciados em drogas declarava usar estas substancias. Na primeira metade de 2006, esta porcentagem alcançava 37%. Em 2001, a polícia havia indagado somente 12 casos relacionados ao tráfico de metafetaminas; no final de 2005, quase 3 mil inquéritos de polícia se relacionavam às metafetaminas.
Do ponto de vista toxicológico, seja o crack como as metafetaminas possuem efeitos semelhantes, mas os efeitos das metafetaminas têm duração superior (3 ou 4 horas a mais do que o crack). Assim sendo, as metafetaminas se tornaram muito populares entre os consumidores em um período bastante breve. Ao lado das metafetaminas, outra substancia estupefaciente muito comum entre os tóxico-dependentes na área de Cidade de Cabo é a heroína, também proveniente da região asiática.
A difusão das drogas sintéticas pode criar graves prejuízos à saúde pública. O abuso de anfetaminas em longo prazo pode ser muito danoso e levar à dependência. O vício é uma condição crônica, que pode causar recaídas caracterizadas pela procura e utilização compulsiva da substancia, com alterações funcionais e moleculares no cérebro. Além da dependência, os consumidores apresentam sintomas que podem incluir comportamentos violentos, ansiedade, confusão e insônia. Também podem manifestar diversos sintomas psicóticos, como paranóia, alucinações auditivas, agressividade e delírios. Além disso, a paranóia pode provocar idéias homicidas ou suicidas. O abuso crônico pode levar a pessoa a um comportamento psicótico, marcado por paranóia intensa, alucinações visuais e auditivas, e raiva incontrolada, que pode desencadear em comportamentos excessivamente violentos. (L.M.) (Agência Fides 19/12/2006)
