VATICANO - “Precisamos de famílias que não se deixem levar pelas correntes culturais modernas inspiradas no hedonismo e no relativismo, e que estejam dispostas a realizar com generosa dedicação sua missão na Igreja e na sociedade”, afirma o Papa Bento XVI no Angelus

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - A liturgia da Palavra do XXVII domingo do Tempo Comum, 8 de outubro, propunha o ensinamento de Jesus acerca do matrimônio, e sobre este tema o Santo Padre Bento XVI, que voltou nos dias passados de Castel Gandolfo, dedicou o seu discurso antes de recitar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça S. Pedro.
Partindo da narração bíblica da Criação, o Papa reiterou o projeto originário de Deus sobre o matrimônio, recordado pelo Concílio Vaticano II na Constituição ‘Gaudium et spes’: " Fundada pelo Criador e em possessão de suas próprias leis, a íntima comunidade conjugal de vida e amor se estabelece sobre a aliança dos cônjuges... Pois é o próprio Deus o autor do matrimônio " (n. 48).
“Meu pensamento se dirige a todos os esposos cristãos - prosseguiu o Santo Padre -: com eles, agradeço ao Senhor pelo dom do Sacramento do matrimônio, e os exorto a manterem-se fiéis à sua vocação em cada uma das estações da vida”, e faz votos que possam construir “uma família aberta à vida e capaz de enfrentar unida os numerosos e complicados desafios do nosso tempo”. Em seguida, o Papa Bento XVI observou: “Precisamos de famílias que não se deixem levar pelas correntes culturais modernas inspiradas no hedonismo e no relativismo, e que estejam dispostas a realizar com generosa dedicação sua missão na Igreja e na sociedade”.
Citando a Exortação apostólica “Familiaris consortio” de João Paulo II, o Papa recordou "que o sacramento do matrimônio «constitui os cônjuges e pais cristãos em testemunhas de Cristo “até os últimos confins da terra”, como autênticos “missionários” do amor e da vida" (cfr n. 54). Esta missão se orienta tanto à vida interna da família - especialmente no serviço recíproco e na educação dos filhos - como ao exterior: a comunidade doméstica, de fato, está chamada a ser sinal do amor de Deus a todos. A família só pode cumprir esta missão se está amparada pela graça divina. Por este motivo, é necessário rezar sem nunca cansar-se, e perseverar no esforço cotidiano para manter os compromissos assumidos no dia do matrimônio”, e o Santo Padre invocou a intercessão de “Maria, Rainha da família”.
Logo após a oração, o Papa saudou os mais de 350 jovens "missionários" de paróquias, associações, movimentos e comunidades da Diocese de Roma que, com alguns sacerdotes, religiosas e seminaristas, deram vida à terceira edição da "missão dos jovens aos jovens", denominada "Jesus no centro". “Caros amigos - disse-lhes o Santo Padre -, me congratulo por este alegre empenho de anunciar o Evangelho nas ruas e nas praças, nas escolas e nos hospitais, como também nos locais de entretenimentos dos jovens romanos. Eu os encorajo a manterem este estilo missionário na vida de todos os dias, aproveitando sempre das iniciativas formativas diocesanas.” (S.L.) (Agência Fides 9/10/2006)