ÁFRICA/RD CONGO - Apresentado o calendário da segunda rodada das eleições congolesas. As Nações Unidas convidam os candidatos à Presidência a encontrar um acordo para impedir novas violências

Quinta, 21 Setembro 2006

Kinshasa (Agência Fides) - A Comissão Eleitoral Independente publicou o calendário da segunda rodada das eleições presidenciais e provinciais na República Democrática do Congo. A Comissão estabeleceu também o término da campanha eleitoral, que se inicia à meia-noite de 28 de setembro e se conclui na mesma hora de 27 de outubro, para as eleições provinciais, e de 13 a 27 de outubro para as presidenciais. Os dois pleitos terão lugar em 29 de outubro.
Procede assim a “máquina” eleitoral, apesar das tensões verificadas entre os dois candidatos presidenciais: o Presidente em fins-de-mandato, Joseph Kabila e o vice-presidente Jean-Pierre Bemba. Após os atritos de 20-22 agosto, que envolveram as milícias “pretorianas” dos dois candidatos, e que levaram à morte de 23 pessoas, no dia 19 de setembro a tensão aumentou novamente em Kinshasa, quando a polícia dispersou uma marcha de protesto pelo incêndio que destruiu o edifício-sede da televisão de Bemba disparando para o alto. Os defensores do vice-presidente definiram o episódio como sabotagem. O Movimento de Libertação do Congo (partido do vice-presidente) declarou acreditar na hipótese de um “ato criminoso”, enquanto aguarda os dos resultados do inquérito, em andamento.
Um forte apelo ao “senso de responsabilidade” dos dois candidatos foi lançado pela Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUC), que pediu ao Presidente em fins-de-mandato e a seu adversário para concordarem medidas a serem tomadas para restabelecer a confiança recíproca e garantir o respeito dos direitos humanos na campanha eleitoral”.
O próprio Secretário Geral da Onu, Kofi Annan, pediu aos dois líderes congoleses que “encontrem rapidamente um acordo sobre as regras da campanha eleitoral e garantias de segurança recíprocas e de participação à vida política, depois das eleições”, advertindo que “todo incitamento ao ódio e à violência durante o período eleitoral é inaceitável, e aqueles que se envolverem nestas atividades serão considerados responsáveis”.
Nesta situação, o trabalho da Comissão Eleitoral Independente é ainda indispensável para garantir o correto andamento do escrutínio. A Comissão já iniciou a revisão das operações eleitorais, durante uma série de reuniões em Kinshasa, dos coordenadores dos escritórios eleitorais provinciais. Foram examinados diversos problemas: recrutamento e formação dos responsáveis das sessões, administração da documentação e do material eleitoral, sensibilização do eleitorado, etc...
Entretanto, foi encomendada à África do Sul a impressão das cédulas eleitorais para a segunda rodada das Presidenciais, enquanto as cédulas das provinciais já foram impressas e estão à espera de serem distribuídas em todo o território congolês. (L.M.) (Agência Fides 21/9/2006)


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