Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Luanda (Agência Fides) - “A Igreja em Angola pode enriquecer a renovação pastoral da Igreja na Itália com o sentido de alegria e festa das liturgias, ricas de participação; o empenho dos leigos e em particular dos catequistas; a proximidade com os pobres e com as pessoas em situações difíceis ou irregulares; o empenho na evangelização e na catequese; o valor reconhecido, apesar das dificuldades, à família; a profissão de fé explícita, aceita e manifestada inclusive até o martírio. A Igreja na Itália pode contribuir com as necessidades pastorais da Igreja em Angola incentivando o seu empenho missionário, também com o envio de famílias a serviço da evangelização. O estilo eclesial, a riqueza das propostas formativas e a presença no social são tesouros da Igreja, e que poderia contribuir para enriquecer inclusive a Igreja que nos acolheu. Serve ainda continuidade no apoio aos pedidos de projetos de ajuda. Por fim, com iniciativas oportunas, poderia-se informar na Itália o que se vive neste país.” Este é um trecho do documento final do Encontro dos missionários italianos em Angola, que se realizou em Luanda de 13 a 16 de junho (veja Fides 16/6/2006).
Por iniciativa da Conferência Episcopal Italiana e da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, com o apoio das Conferências locais dos religiosos e das religiosas, reuniram-se 54 missionários e missionários italianos: religiosos, religiosas, leigos e o primeiro Fidei donum na Angola, que chegou há uma semana do encontro. “Por três dias, pudemos refletir sobre o caminho da evangelização em Angola e na Itália - lê-se no documento - crescer no intercâmbio da cooperação missionária entre as duas Igrejas e identificar respostas mais adequadas aos desafios urgentes que estes encontram”.
Mesmo sendo um dos países mais ricos da África sub-Sahariana, com as suas jazidas de petróleo, diamante e outras matérias-primas, Angola vê hoje milhões de pessoas sem ter o que comer devido à corrupção, às guerras e aos problemas inter-étnicos e tribais. “Todavia, não faltam motivos de esperança e alguns passos na justa direção parecem que foram tomados. Servem, porém, ações mais decisivas para defender os interesses e os direitos da população”, escrevem os missionários.
Foram também identificados alguns elementos decisivos para o empenho apostólico da Igreja, que os missionários querem perseguir. “O objetivo fundamental é a evangelização, pois a mensagem do Evangelho deve, progressivamente, fecundar com os sinais do Reino de Deus vários contextos da vida política, econômica e cultural da sociedade angolana… A catequese, o anúncio, a família e as vocações serão algumas das prioridades. Também será dada atenção especial à liturgia, que deve ser um caminho de santificação, e à exigência de adequar a organização do trabalho pastoral às necessidades atuais. O desafio principal continua sendo a formação em geral e a formação dos formadores. Estes devem ser capazes de acompanhar um caminho de fé dos jovens, em especial para o sacerdócio e a vida consagrada. Outro compromisso importante é colaborar com o perdão e a reconciliação”. (S.L.) (Agência Fides 23/6/2006)
