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Dili (Agência Fides) - Lançado o alarme-refugiados em Timor Oeste (parte do território da Indonésia): a Igreja local está predispondo locais e estruturas de acolhimento para os refugiados provenientes de Timor Leste, que podem começar a passar as fronteiras em grande número, em fuga da tensão e da violência em vigor em Timor Leste. Dom Antonio Pain Ratu, Bispo de Atambua, em Timor Oeste, disse que paróquias, associações e escolas estão se preparando para o desenrolar mais provável da difícil situação de Timor Leste.
As autoridades governamentais locais também prepararam planos de emergência, recordando o fluxo de refugiados de passagem pela fronteira na época do conflito civil de 1999, quando Timor Leste obteve a independência da Indonésia. O governo alertou também as Organizações não-Governamentais, que serão chamadas a cooperar no acolhimento dos refugiados, atendendo suas necessidades.
Segundo dados iniciais, mais de 600 pessoas passaram, nos últimos dias, a fronteira entre Timor Leste e Timor Oeste, e este fluxo pode aumentar de modo exponencial nas próximas semanas, se a situação em Timor Leste não melhorar rapidamente.
As recentes desordens são conseqüência dos contrastes entre as forças armadas e 591 soldados afastados pelo governo de Timor Leste, em fevereiro passado. Os soldados organizaram um protesto, denunciando serem vítimas de discriminações injustas. A tensão social se alastrou, causando a morte de 5 pessoas, o ferimento de outras, e uma centena de incêndios em Dili.
Os acontecimentos provam que a ruptura que dividiu favoráveis e contrários à independência ainda não está cicatrizada no tecido social. Os observadores notam que há necessidade de se trabalhar ainda muito para a reconciliação. A Igreja em Timor Leste se mobilizou para a mediação do conflito e no acolhimento. O complexo dos Salesianos, na periferia de Dili, tornou-se local de refugio para milhares de desabrigados. (Agência Fides 11/5/2006)
