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Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “A celebração do próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações oferece-me a ocasião para convidar todo o Povo de Deus a refletir sobre o tema da Vocação no mistério da Igreja”, escreve o Santo Padre Bento XVI na sua Mensagem para o 43o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que se celebrará em 7 de maio, IV domingo de Páscoa. “Antes da criação do mundo, antes da nossa vinda à existência, o Pai celeste nos escolheu pessoalmente para chamar-nos a entrar em relação filiar com Ele, mediante Jesus, Verbo encarnado, sob a guia do Espírito Santo”, prossegue o Papa, evidenciando como “o peso de dois milênios de história torna difícil perceber a novidade do mistério fascinante da adoção divina, que está no centro do ensinamento de S. Paulo”.
Certamente, não é necessário ser perfeito para responder ao chamado de Deus: “As fragilidades e os limites humanos não representam um obstáculo, com a condição que contribuam a tornar-nos mais conscientes do fato de que necessitamos da graça redentora de Cristo… No mistério da Igreja, Corpo místico de Cristo, o poder divino do amor muda o coração do homem, tornando-o capaz de comunicar o amor de Deus aos irmãos”. No decorrer dos séculos, tantos consagram a vida pela causa do Reino: muitos se deixaram conquistar por Jesus, outros foram escolhidos pessoalmente por Ele, outros ainda O seguiram de iniciativa própria. “Esses homens e essas mulheres… representam a multiplicidade das vocações desde sempre presentes na Igreja. Modelo de quem é chamado a testemunhar de maneira particular o amor de Deus é Maria, a Mãe de Jesus.”
A mensagem prossegue recordando que “a Igreja é santa, mesmo que os seus membros necessitem ser purificados, para fazer com que a santidade, dom de Deus, possa resplender neles até o seu pleno fulgor”. Considerando o universal chamado à santidade, evidenciado pelo Concílio Vaticano II, o Santo Padre destaca que “Cristo, Sumo Sacerdote, na sua solicitude para com a Igreja chama em cada geração pessoas que cuidem do seu povo; em particular, chama ao ministério sacerdotal homens que exercitem uma função paterna, cuja fonte está na própria paternidade de Deus”. O Papa Bento XVI evidencia que “a missão do sacerdote na Igreja é insubstituível” e inclusive a escassez de clero, que se registra em algumas regiões, não deve enfraquecer a certeza de que Cristo continua a suscitar homens que “se dedicam totalmente à celebração dos sagrados mistérios, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral”.
Uma outra vocação especial é o chamado à vida consagrada. “A exemplo de Maria de Betânia, que "sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra" (Lc 10,39), muitos homens e mulheres se consagram a uma seqüela total e exclusiva de Cristo”. Mesmo desempenhando diversos serviços no campo da formação humana, do cuidado dos pobres, no ensino, na assistência aos doentes, consideram sempre como seu primeiro e particular dever “a contemplação das verdades divinas e a constante união com Deus na oração" (CJC can. 663, § 1)”.
O Santo Padre conclui a sua Mensagem recordando o convite de Jesus - "A colheita é grande, mas poucos os operários! Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita!" (Mt 9,37) - e exortando a rezar pelas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada: “Não surpreende que, lá onde se reza com fervor, floresçam as vocações. A santidade da Igreja depende essencialmente da união com Cristo e da abertura ao mistério da graça que atua no coração dos fiéis. Por isso, gostaria de convidar todos os fiéis a cultivarem uma íntima relação com Cristo, Mestre e Pastor do seu povo, imitando Maria, que custodiava na alma os divinos mistérios e os meditava assiduamente (cfr Lc 2,19)”. (S.L.) (Agência Fides 31/3/2006)
