ÁFRICA/UGANDA - Uganda após o voto: o atual Presidente Yoweri Museveni é o favorito

Quarta, 22 Fevereiro 2006

Campala (Agência Fides) - 10 milhões e 400 mil eleitores ugandenses são chamados às urnas amanhã, 23 de fevereiro, para as eleições presidenciais e parlamentares.
No total, os candidatos à Presidência são 5, mas o verdadeiro confronto será entre o atual Presidente, Yoweri Museveni, e seu ex-médico pessoal, Kizza Besigye, líder do Fórum para as mudanças democráticas. As sondagens das últimas semanas atribuem ao atual Chefe de Estado e líder do Movimento de Resistência Nacional 47% dos votos, enquanto seu rival Besigye reúne 36% das preferências.
As eleições de amanhã serão as primeiras pluripartidárias desde que Museveni assumiu o poder, em 1986. Os eleitores se expressaram pelo retorno ao pluripartidarismo em um referendo realizado em julho passado.
Em 1982, Besigye se tornou o médico pessoal de Museveni quando este era o líder do movimento de guerrilha que assumiu o poder em 1986. Nomeado ministro, em 1998 o ex-médico entrou em colisão com Museveni por ter publicado um artigo em que acusava o atual Presidente de ser um ditador. Após perder as eleições, em 2001, Besigye se refugiou na África do Sul, temendo pela própria incolumidade. Em 2005, retornou a Uganda, sendo preso por um breve período, acusado de traição. O processo que julgou Besigye e outras 22 pessoas, por terrorismo, gerou um conflito entre a Alta Corte de Campala e o tribunal militar. A Alta Corte concedeu a liberdade condicional a 14 dos 22 réus presentes diante da corte marcial, não obstante a sentença de inconstitucionalidade emitida pela Corte Constitucional. Desafiando a sentença, o tribunal militar emitiu um mandato de prisão para os 14 homens, que acabaram retornando ao cárcere. Tropas das forças armadas ugandenses assediaram o ingresso do edifício que hospeda a Alta corte, onde os 22 devem responder por alta traição, ao lado de Besigye, cujo processo, entretanto, foi adiado para 15 de março, portanto, depois das eleições. (L.M.) (Agência Fides 22/2/2006)


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