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Cidade do Panamá (Agência Fides) - Ao final de sua Assembléia anual, realizada de 22 a 25 de novembro em cidade do Panamá, os Bispos centro-americanos, membros do SEDAC (Secretariado dos Bispos da América Central) redigiram uma mensagem intitulada “Construamos um Futuro de Esperança”, recentemente divulgada. O documento evidencia s luzes e sombras da realidade Centro-americana e da vida e da missão da Igreja.
Inicialmente, releva-se com grande preocupação a persistente deterioração da situação social da área: os atentados contra a vida humana aumentam; a violência persiste em todas as suas formas, inclusive no âmbito doméstico; a pobreza cresce; aumentam também os doentes de Aids; corrupção e impunidade prosperam; assiste-se à deterioração sempre mais irreversível do ecossistema, especialmente nos países que concederam autorizações para a exploração de minas sem garantias jurídicas e sociais adequadas; os Governos não se demonstram capazes de enfrentar, prevenir ou mitigar os efeitos dos desastres naturais; continua a migração dos campos para as cidades e o exterior, com todas as conseqüências que este fenômeno comporta; cresce o desinteresse pela política, devido em parte a campanhas eleitorais pobres de conteúdo e carentes de propostas sérias para resolver os graves problemas que afligem as nações.
Outras sombras relevadas pelos Bispos são a falta de sensibilidade de muitas comunidades cristãs em relação ao drama da pobreza e da injustiça; carências nos processos de educação à fé, que nem sempre alcançam o objetivo de levar os batizados a um encontro pessoal com Jesus Cristo, a uma real conversão e à comunhão plena com a Igreja; a falta de espírito missionário em muitas agregações eclesiais; a falta de atenção para muitos setores-chave, como a família, a juventude e os educadores; a escassa incidência de fiéis leigos em campos vitais, como a economia, a política e os meios de comunicação social; o vazio pastoral que facilita o proselitismo das seitas.
Apesar do quadro descrito, a realidade das nações Centro-americanas deixa entrever, todavia, alguns sinais de esperança: o espírito dos países que não se deixam abater pelas contrariedades; maior participação da cidadania; os políticos se sentem sempre mais interpelados; continuam a chegar remessas familiares, claro sinal de solidariedade; alguns casos exemplares de aplicação da justiça; a Igreja está dando prioridade à pastoral social... Entre as luzes que se destacam na Igreja, destaca-se fortemente a conscientização de tantos leigos sobre a sua missão da Igreja, a renovação da liturgia e do amor pela Palavra de Deus; a sede de formação integral manifestada por muitos leigos e leigas; o incremento das vocações sacerdotais, o aumento da consciência missionária, especialmente depois do CAM2; a vitalidade de várias paróquias e movimentos de apostolado secular...
Depois de examinar a realidade Centro-americana, refletir e rezar, os Bispos identificaram alguns compromissos prioritários para a missão da Igreja; os desafios que provêm das mudanças, marcados por novas tecnologias de comunicação e pelo relativismo doutrinal e moral; a falta de coerência, em muitos batizados, entre sua fé e sua vida; a fragilidade, em muitos cristãos, de sua identidade católica, que os torna vítimas de grupos religiosos; o drama da pobreza que se abate sobre tantas famílias; a formação, integral dos leigos para seu empenho no mundo; o acompanhamento dos construtores da sociedade para transformar o mundo, segundo os desígnios de Deus; a defesa da vida, seja da criança não-nascida como tantas outras, ameaçadas pela pobreza, pela violência...
No final de sua mensagem, os Bispos da América Central lançam uma exortação a todos os batizados para que renovem seus compromissos batismais, para construir um futuro de esperança. (RZ) (Agência Fides 9/12/2005)
