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Kinshasa (Agência Fides)- Continuam os alarmes lançados por expoentes da Igreja católica sobre a situação em Katanga, no sul da República Democrática do Congo, onde a presença de grupos armados criou uma emergência humanitária muito grave.
Esta é a região onde um sacerdote católico, pe. François Djikulo, foi assassinado de modo selvagem junto ao leigo Simon Kayimbi (veja Fides de 21 de novembro de 2005). Responsável deste e de outros crimes é o chefe Mai-Mai Gédéon.
Dom Fulgence Mateba, Bispo de Kilwa-Kasenga, denuncia que “na localidade de Dubie, se registra um forte afluxo de refugiados de guerra, que se calcula sejam 60 mil pessoas de todas as idades. Esta onda de refugiados deve-se ao ataque das forças armadas congolesas contra o chefe Mai-Mai Gédéon e os seus homens, que cometem crimes horríveis contra a população civil de Katanga há muito tempo”.
Antes do início da ofensiva militar, Dubie já acolhia 16 mil refugiados que viviam em condições precárias. “O avanço do exército regular no norte de Dubie, no território controlado pelos homens de Gédéon, é uma verdadeira libertação para inúmeras pessoas detidas como reféns pelos milicianos há meses”, afima o Bispo.
A maior parte dos desabrigados que chega a Dubie, Kabangu, Lukona e Kaswete apresenta sintomas de diversas doenças, desnutrição e traumas psíquicos. Em Dubie, diversos desabrigados são acolhidos ao relento no sagrado da Igreja paroquial, enquanto outros ocupam as salas de uma escola antes de serem enviados para campos.
“Essas pessoas não recebem, até o momento, nenhuma assistência material e estão expostos a uma terrível catástrofe humanitária”, denuncia Dom Mateba.
“Dubie e seus arredores foram invadidos por esta maré humana, que está agravando um drama humanitário já muito duro. Os refugiados necessitam não somente de alimentos, roupas, alojamento, sementes e cuidados médicos, mas também de assistência psicológica”, afirma o Bispo. Por sua vez, a diocese de Kilwa-Kasenga convocou em outubro passado uma campanha de solidariedade de todos os fiéis para com os desfavorecidos de Dubie e Mitwaba. Está em curso uma coleta de ofertas.
“Apesar de saber que esta iniciativa será insuficiente para resolver as necessidades de tantas pessoas, é um símbolo forte do cuidado para com os próprios fiéis da Igreja local, que quer ser um ponto de apoio para a solidariedade internacional tão aguardada”, conclui o Bispo. (Agência Fides 25/11/2005)
