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Assunção (Agência Fides) - “Servos do Evangelho de Jesus Cristo, para a esperança do Paraguai”, é o título da Mensagem da Conferência Episcopal Paraguaia, publicado ao término da 174ª Assembléia Plenária. O documento, datado de 11 de novembro, releva antes de tudo as luzes e sombras da Igreja e do País.
Entre as luzes, os Bispos indicam a experiência do Ano da Eucaristia e de Cristo Sacerdote, que evidenciou, nas dioceses e comunidades, a centralidade da Eucaristia, como sacramento de unidade e comunhão, e o sacerdócio, como dom de Deus e presença do próprio Senhor, que guia seu povo. Outra realidade encorajadora é ‘o caminhar de toda a nação de cristãos, que em comunidades vivas e dinâmicas, em um processo constante de conversão e crescimento na fé do Senhor, que chama a ser solidários uns com os outros, na ajuda mútua”.
Entre as sombras que mais preocupam os Pastores, estão as condições sócio-políticas, que não melhoraram. “Os níveis de pobreza e de fome em amplos setores da sociedade paraguaia aumentam, sem que se entrevejam políticas públicas urgentes e pertinentes, como resposta para superá-los”. Esta dramática situação provocou o ‘êxodo de muitos paraguaios para a Espanha e outros países europeus, em busca de melhores condições de vida”. Também preocupa os Bispos a corrupção generalizada nos organismos públicos e privados.
Com honestidade e lucidez, afirma-se na Mensagem que os ‘males temporais, sociais, econômicos e políticos, são também conseqüência de problemas pessoais: de uma fé e de um empenho cristão fragilizados. Portanto, ‘se a luz da fé e a adesão a Cristo se apagam, a sociedade fica no escuro”. Neste contexto, ‘a presença agressiva de movimentos religiosos de índoles diversas e atraem muitos católicos’ nos interpela. “Há uma emigração em direção de igrejas não católicas por interesses, por um posto de trabalho ou pelo simples desejo de encontrar uma receptividade melhor”. Esta realidade demonstra a frágil identidade de nossos irmãos e coloca em discussão seu sentido de pertença à Igreja Católica.
“O abismo entre a vida e a fé, ou seja, viver em contraste com aquilo em que se acredita, é para nós um desafio. Isto demonstra a pouca eficiência de nossa evangelização. Existe um processo acelerado de descristianização”. Em seguida, os Bispos destacam ‘a urgente necessidade de uma nova evangelização, que transforme o homem paraguaio e a mulher paraguaia em homens novos e mulheres novas’. Esta situação, especificam os Bispos, ‘exige a proclamação da Boa Nova para iluminar e transformar o nosso modo de agir neste momento, e nos pede que busquemos uma sociedade a partir do Evangelho, mais justa e fraterna, de paz, de amor, uma sociedade mais honesta e solidária”. (RZ) (Agência Fides 16/11/2005)
