ÁSIA/IRAQUE - O Patriarcado aos caldeus da diáspora: não perseguir interesses pessoais na reconstrução na Planície de Nínive

Segunda, 27 Fevereiro 2017 igrejas orientais   jihadistas   refugiados   oriente médio  

Bagdá (Agência Fides) – Um apelo a apoiar, inclusive economicamente, a reconstrução das cidades e aldeias da Planície de Nínive onde residiam os cristãos que fugiram do avanço dos jihadistas do Estado islâmico (Daesh), entre junho e agosto de 2014 foi feito pelo Patriarcado caldeu às suas dioceses e comunidades espalhadas pelo mundo, formadas por migrantes que deixaram as terras tradicionalmente caldeias.
O Patriarcado e algumas dioceses caldeias já colocaram à disposição quase 500 milhões de ‘dinaris’ iraquianos (pouco mais de 380 mil euros) para acelerar a reconstrução de residências e igrejas danificadas ou destruídas nos anos da ocupação jihadista e assim, consentir o retorno dos desalojados que queiram voltar às suas casas. No novo apelo, o Patriarcado pede a todas as comunidades caldeias que continuem a financiar generosamente os programas de reconstrução, como já o fizeram quando socorreram os refugiados da Planície de Nínive e garantir, a quem quiser, uma forma de retornar antes do início do próximo ano. No comunicado, o Patriarcado caldeu se declara favorável ao envolvimento de observadores internacionais encarregados de monitorizar eventuais violações e conflitos por parte das forças engajadas na guerra contra o Daesh e prevenir eventuais confrontos entre o governo central e o governo autônomo do Curdistão iraquiano na direção política e administrativa dos territórios antes ocupados pelos jihadistas. O Patriarcado destaca também a necessidade de envolver nos processos de reconstrução pessoas e grupos profissionalmente qualificados, que ajam com espírito generoso e solidário, sem perseguir ‘carreirismos’ e interesses pessoais”.
Segundo dados fornecidos pelo Patriarcado e recebidos pela Agência Fides, as primeiras vistorias demonstraram que na Planície de Nínive, a cidade mais devastada durante a ocupação jihadista e depois durante os atritos que levaram à expulsão das milícias do autoproclamado Califado, é Batnaya, enquanto outras cidades, como Telkaif, sofreram menos danos. Neste meio tempo, nos sites de grupos cristãos iraquianos multiplicam-se assinalações de saques, devastações e incêndios ocorridos nas aldeias das áreas adjacentes a Mossul, depois que os vilarejos foram abandonados pelas milícias jihadistas. (GV) (Agência Fides 27/2/2017).


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