ÁFRICA/RD CONGO - “Deter os massacres em Kivu do Norte”: petição à comunidade internacional

Sábado, 20 Agosto 2016 grupos armados  

Kinshasa (Agência Fides) - “Pedimos que a comunidade internacional, especialmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas, pressionada pelos Estados europeus, coloque em prática todas as medidas necessárias para deter o quanto antes os massacres na região de Beni, nordeste da República Democrática do Congo” afirma a petição da Rede Paz para o Congo.
Um comunicado enviado à Agência Fides recorda que naquela área “ocorreram e ainda ocorrem horríveis massacres, muitas pessoas de etnia Nande foram degoladas, crianças tiveram seus braços amputados, mulheres foram violadas, famílias massacradas e brutalmente assassinadas”.
Em 14 de maio de 2016, os coordenadores locais dos grupos da sociedade civil de Beni, Lubero e Butembo denunciaram numa carta aberta os assassinatos de 1.116 pessoas, enquanto 1.470 sequestros foram registrados oficialmente nos últimos dois anos. "A sequência incessante de assassinatos brutais contra a população indefesa em várias aldeias da região, que continua, não obstante a presença do Exército congolês e as tropas da ONU, é extremamente preocupante e faz entrever um projeto criminoso completado com crueldade a fim de mandar embora com violência e terror os residentes civis na área", afirma a Rede Paz para o Congo.
A petição pede para que seja feita uma investigação sobre os crimes cometidos na área da RDC ao Tribunal Penal Internacional, ao Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos Povos, e ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia; e que o Alto Representante da União Europeia para Assuntos Gerais e Política de Segurança promova urgentemente no âmbito europeu e internacional uma investigação sobre esses massacres; que a União Europeia avalie o envio de um representante especial na área de Beni para redigir um relatório a ser apresentado com a máxima urgência ao Parlamento Europeu, aos governos dos Estados-Membros e às mais altas instituições europeias; que a missão MONUSCO da ONU, além do mandato de observação, lhe seja dada com urgência a faculdade de interposição na área de Beni, e que à mesma seja dada a oportunidade de defender e proteger de forma eficaz e eficiente a população civil do aumento da violência das milícias. Sendo o comércio de minerais a fonte principal de apoio aos grupos armados que atuam no nordeste do Congo, a União Europeia deve aprovar e implementar o mais rápido possível o regulamento sobre os “minerais de conflitos”, recentemente negociado, que prevê uma acompanhamento rigoroso a fim de adotar todas as melhorias possíveis para tornar cada vez mais eficaz o combate ao financiamento de conflitos.
O Papa Francisco depois do Angelus da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora (veja Fides 18/8/2016) denunciou o “silêncio vergonhoso” que cobre os crimes perpetrados no Kivu Norte. (L.M.) (Agência Fides 20/8/2016)



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