ÁSIA/IRAQUE - Grupos da diáspora assírio-caldeia atacam o Patriarca Louis Raphael por suas críticas às ‘milícias cristãs’

Sexta, 27 Maio 2016 grupos paramilitares  

SaintAdday.com

Bagdá (Agência Fides ) - A Assyrian Confederation of Europe – organização registrada em abril passado no Parlamento europeu como órgão de representação de grupos e siglas da diáspora assíria, caldeia e síria atuantes no velho Continente – criticou as recentes declarações feitas pelo Patriarca caldeu Louis Raphael I à Agência Fides, nas quais o Primaz da Igreja caldeia expressou uma opinião firme sobre as chamadas ‘milícias cristãs’ que atuam no norte do Iraque, que podem em breve receber financiamentos e fornecimentos militares, a mando do Congresso dos Estados Unidos.
“Em meio às organizações assírias no Iraque e na diáspora”, consta num comunicado enviado pela Assyrian Confederation of Europe à Agência Fides, “há um amplo consenso sobre a ideia de que os assírios devem participar ativamente da campanha militar para libertar a Planície de Nínive (atualmente controlada em grande parte pelos jihadistas do Daesh, ndr) e defender a área depois de sua libertação. As Unidades de proteção da Planície de Nínive (NPU), que realizam esta tarefa, são oficialmente reconhecidas e apoiadas pelo governo iraquiano, ao contrário do que afirma o Patriarca”.
Segundo os responsáveis pela Assiryan Confederation of Europe, a necessidade de criar milícias ‘assírias’ se tornou evidente quando os Peshmerga curdos se retiraram e deixaram os assírios da Planície de Nínive ao genocídio por mãos do ISIS (Daesh). Segundo o comunicado recebido pela Agência Fides, os grupos armados assírios ‘não são uma milícia sectária’, como afirma o Patriarca Sako, e visam combater ao lado de outras forças legítimas e contribuir para a sobrevivência de um Iraque multiétnico”. Os responsáveis pela Assyrian Confederation of Europe intimam também o Patriarca Louis Raphael a “não interferir nos assuntos políticos de seu povo” e o exortam “a não confundir o seu papel de figura religiosa com o de líder político”.
A possibilidade que as chamadas “milícias cristãs” sejam financiadas por ordem do Ministério da Defesa dos EUA – observou a mídia estadunidense, como Christian Today – representa um efeito potencial concreto da declaração com a qual o próprio Congresso EUA definiu como ‘Genocídio’ as violências sofridas pelos cristãos por parte dos homens do Daesh.
O Patriarca caldeu Louis Raphael I Sako, em declarações concedidas à Fides (veja Fides 20/5/2016) expressou a convicção de que “dar armas às chamadas milícias cristãs é uma péssima ideia”. A conquista de Mossul e da Planície de Nínive pelo Daesh, definida por muitos como ‘genocídio’ provocou a morte de alguns cristãos – atingidos pela artilharia – e a fuga de massa de dezenas de milhares de desabrigados cristãos sírios, assírios e caldeus para Erbil e outras áreas do Curdistão iraquiano, controladas pelas forças armadas curdas. (GV) (Agência Fides 27/5/2016).


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