ÁFRICA/ETIÓPIA - Seis milhões de crianças sedentas e em risco por causa do El Niño

Terça, 10 Maio 2016 fome  

CHS

Gode (Agência Fides) – As Nações Unidas estimam que na Etiópia, entre a Oromia e a região Somali, 15 milhões de pessoas precisam com urgência de ajudas alimentares por causa da seca. 33% desta população sofre já os efeitos da desnutrição severa devida ao insucesso da agricultura e a morte do gado. Calcula-se que entre outubro de 2015 e abril de 2016 tenham morrido cerca de 450 mil animais, prejudicando gravemente o abastecimento de leite, sobretudo para as crianças. Para piorar a situação, el Niño ameaça deixar sem água e alimentos 15 milhões de pessoas, seis das quais, crianças. A seca se tornou endêmica e os terrenos estão morrendo lentamente.
“As terras que eram férteis e que se estendem em toda a região de Bale, entre Wabe Mena até as cidades de Mandera e Dolo Ado, já estão inutilizáveis”, relata à Fides um missionário engajado entre aquele povo. “Os camponeses – continua – veem a agonia de suas plantações de papaias, tomates, melancia, batatas, cebolas, pimentões e pepinos. Ovelhas, vacas, cabras e camelos vagueiam sem meta. Cerca de 260 famílias do clã dos ogaden, de origem somali que viveram toda a vida na Etiópia na região de Oromia, na faixa ocidental do rio Wabe Gestro, estão hoje vivendo a mais grave crise humanitária”.
“Uma manhã, o prefeito mandou me chamar porque queria ser acompanhado em um encontro. Eu sou o único cristão de uma assembleia de mais de 150 homens e mulheres. O prefeito me disse: “Padre, sabemos que o senhor e a Igreja católica são os únicos capazes de nos ajudar nesta crise. Gode se encheu de refugiados internos. São famílias em fuga da seca e da penúria. Estão famintas, exaustas e terrorizadas”. Identificamos os casos mais graves – conta o missionário – e por 10 dias seguidos, os levamos à clínica da missão. Junto com o diretor da agência do Fundo Mundial para Alimentos de Gode, em poucas horas, organizamos um enorme comboio de mais de 29 toneladas de alimentos: arroz, óleo, soja, farinha, leite em pó, milho. Depois de garantir água, alimentos e medicamentos, eu pensei em construir uma pequena escola, que hoje é frequentada por 170 meninos e alguns adultos”. (AP) (10/5/2016 Agência Fides)


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