EUROPA/ITÁLIA - As gestações na adolescência e as repercussões na vida das jovens da África

Pádua (Agência Fides) – Pela primeira vez este ano, foi celebrada na Itália a Jornada da Saúde da Mulher, com o objetivo de valorizar a prevenção e defender o papel fundamental que as mulheres desempenham na família e na comunidade, na Itália e em todos os países do mundo. Nos sete países em que atua, a ONG Médicos com a África Cuamm ajuda cotidianamente mulheres a se tornarem mães. Cada vez mais, a ONG deve assistir mulheres muito jovens, grávidas antes de completar 18 anos, que enfrentam graves repercussões sociais, psicológicas e físicas. Segundo estimativas, como consta no comunicado enviado pelo Cuamm à Agência Fides, as gestações na adolescência estão em aumento em todo o mundo. Mais de 16 milhões de moças em todo o planeta se tornam mães de 15 a 19 anos e um igual número tem a primeira gravidez antes de 15 anos. O fenômeno é ligado também aos matrimônios forçados. Com efeito, nos países da África ao sul do Saara quase 120 milhões de jovens são obrigadas a se casar antes de fazer 18 anos. Também as situações de emergência e crise, como ocorrido na Serra Leoa durante a epidemia de Ebola, podem ter consequências nas moças mais jovens. Um recente estudo do Cuamm aponta que 31% das complicações obstétricas registradas no distrito de Pujehun, onde a organização trabalha desde 2012, acomete meninas de 13 a 19 anos. No caso de Moçambique, 48,2% dos matrimônios são realizados antes dos 18 anos. E justamente para enfrentar a escassa ou inexistente educação sexual, o Cuamm, em colaboração com as autoridades locais e nacionais, ajuda 6 ambulatórios específicos para jovens adolescentes. São os SAAJ - Serviços Amigos dos Adolescentes e se dirigem à população de 10 a 14 anos, com o fim de melhorar a educação à saúde, oferecer consultorias sobre a saúde reprodutiva e sexual dos adolescentes, fornecer consultas pré e pós-natais, e educar aos cuidados sobre o HIV.
(AP) (25/4/2016 Agência Fides)

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