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Uvira (Agência Fides)- Situação dramática em Uvira, no leste da República Democrática do Congo, pelo maciço retorno ao país dos refugiados até então asilados na Tanzânia e no Zâmbia. Segundo fontes locais da Caritas, a volta dos refugiados teve início em julho. Os três centros de trânsito de Uvira, Kasimia e Braka registraram em julho 3.540 pessoas repatriadas. Até 23 de agosto, outros 3.151 refugiados haviam regressado ao país.
Depois de passarem pelos centros de trânsito, os repatriados retornam aos locais de origem, mas não existe ainda um programa para a sua inserção. Suas exigências são as mais várias: incluem de roupas a medicamentos, de sabão aos alojamentos, das sementes aos instrumentos de pesca. Os ex-refugiados voltaram ao Congo sem nada, pois venderam o pouco que tinham para pagar a viagem de volta.
Essas pessoas correm o risco de se tornar um fardo insustentável para as comunidades de acolhimento. Algumas organizações humanitárias locais e internacionais (Alto Comissariado para Refugiados, Programa Mundial de Alimentos), varam programas para assistir essas pessoas. Entre estas, está Caritas de Uvira, que iniciou um programa de reinserção para seis mil famílias. O projeto, que tem o apoio do governo alemão e da Caritas Alemanha, prevê a distribuição de kits alimentares e agrícolas.
Os refugiados estavam na Tanzânia e Zâmbia por causa da guerra civil, que há anos impera no leste da RDC. Essas pessoas voltaram para casa por causa, de um lado, da deterioração da situação alimentar nos campos refugiados e, de outro, por causa do início das operações de inscrição nas listas eleitorais dos congoleses, entendido como um sinal importante para o retorno da paz no país. (L.M.) (Agência Fides 12/9/2005)
