Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Roma (Agência Fides)- O Programa Mundial de Alimentos (PAM) das Nações Unidas decidiu um plano para quase triplicar o número das pessoas às quais fornece assistência alimentar no Níger, através de programas de emergência, elevando o número de assistidos a mais de um milhão, enquanto a anual “estação da fome” está devastando um dos países mais pobres do mundo. As crianças pequenas são as que correm mais riscos. Uma recente pesquisa nutricional fala de índices de grave subnutrição, que vão de 2,4 a 2,9% das crianças com menos de cinco anos, com um índice global por volta de 20%.
Nas áreas mais atingidas, o índice de subnutrição alcançou 6%. Este ano, as condições no Níger são muito graves por causa da estação das chuvas, particularmente pobre, e de uma devastação das colheitas e do solo causada pela pior invasão de gafanhotos dos últimos 15 anos.
Numerosas ONGs estão chegando ao Níger para empreender programas nutricionais específicos. O PAM vai fornecer gratuitamente alimento às mães que acompanharem suas crianças aos centros especializados. Também outras famílias particularmente em risco receberão alimentos, através de um sistema de distribuição organizado pelo governo do Níger e por ONGs.
“As crianças estão morrendo e os adultos começam a sofrer a fome”, disse o Diretor do escritório do PAM no Níger, Gian Carlo Cirri, que solicitou uma rápida resposta à pior crise alimentar do Níger. “Já dissemos e repitimos. O Níger necessita de ajuda hoje, não amanhã.” A inicial resposta do PAM foi fortemente dificultada pelo atraso nos financiamentos e pelas dificuldades de comprar alimentos na região. Os víveres chegaram agora através dos portos da África Ocidental e dos mercados internacionais. Graças ao efeito da atenção dada ao Níger pela imprensa internacional, grande parte dos fundos solicitados pelo PAM no seu apelo para nutrir 465 mil pessoas chegou nas últimas seis semanas: trata-se de 9 milhões de dólares, dos 4,2 milhões previstos.
No entanto, o PAM necessita no momento de mais 12 milhões de dólares para cobrir, rapidamente, o custo crescente de uma operação que deve aplacar a fome de cerca de 1,2 milhão de pessoas. Mesmo nos melhores anos, a taxa de desnutrição entre as crianças menores é extremamente alto no Níger. Cerca de 82% da população depende de subsídios agrícolas e da criação de animais, enquanto somente 15% da terra é cultivável. A escassez de precipitações atmosféricas deixa os agricultores completamente à mercê das chuvas.”A comunidade internacional não pode permitir que o Níger viva em condições de eterna pobreza. Temos os meios para mudar essa situação e devemos mobilizá-los urgentemente”, disse Cirri. (L.M.) (Agência Fides 14/7/2005)
