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Niamey (Agência Fides)- “As ajudas internacionais estão finalmente produzindo resultados positivos no alívio dos sofrimentos da população de Níger”, afirma à Agência Fides Dom Michel Christian Cartatéguy, Arcebispo de Niamey, capital de Níger, há meses vítima de uma grave crise alimentar causada pela seca e pela invasão dos gafanhotos (veja Fides de 28 de maio de 2005).
“Com os fundos da União Européia e de outros doadores, estão em curso a distribuição de sacos de arroz à população. O governo se empenhou em comprar também mandioca, mas, no momento, os mercados dos países vizinhos não dispõem deste alimento e é preciso esperar ou buscar outros fornecedores”, afirma Dom Cartatéguy.
“A Igreja católica foi a primeira a sinalizar a emergência alimentar e a oferecer as primeiras ajudas à população”, recorda o Arcebispo de Niamey. “Eu mesmo, já em outubro de 2004, lancei o alarme sobre a drástica piora da situação alimentar, pedindo a ajuda da Caritas Internationalis, e em fevereiro de 2005, nos primeiros sinais da emergência, a Igreja iniciou a distribuir alimento e a prestar assistência a todos aqueles que necessitavam.”
“A solidariedade oferecida pela Igreja universal a Níger é muito importante”, afirma Dom Cartatéguy. “Recebemos ajudas da Caritas Internationalis e das Caritas da França, da Alemanha e da Dinamarca, em colaboração com o governo de Copenaghen, além da Conferência Episcopal Italiana.” Também o Catholic Relic Services, junto ao USAID, a Agência para o desenvolvimento do governo norte-americano, iniciou um programa para financiar a compra de sementes por parte dos agricultores locais.
“O governo de Níger começou a inscrição entre os cidadãos do país para arrecadar fundos para enfrentar a situação, e esta iniciativa está tendo sucesso. Também os países vizinhos estão oferecendo ajudas, seja material que financeira. Tudo isso é importante, mas é necessário que a atenção internacional não abaixe a guarda, porque a emergência não foi superada e há tantas pessoas, especialmente crianças, que ainda morrem de fome”, conclui o Arcebispo.
No início de julho, a Comissão européia enviou mais de seis milhões de euros para atenuar a crise alimentar das populações de Mali e Níger, que vivem no deserto do Saara.
As ajudas, que serão administradas pelo departamento europeu Echo para as ajudas humanitárias, foram destinadas a cerca de 300 mil pessoas em Níger e 110 mil em Mali. O financiamento faz parte da estratégia a longo prazo adotada por Bruxelas para a redução da pobreza nos dois países africanos. Em 2002-2007, serão enviados 392 milhões de euros para Mali e 332 milhões para Níger. (L.M.) (Agência Fides 6/7/2005)
