ÁSIA/PAQUISTÃO - Libertada Clementina Cantoni: um apelo ao não esquecimento das outras vítimas de seqüestros e à proteção dos trabalhadores humanitários

Lahore (Agência Fides) - “Manifestamos as nossas congratulações e a nossa plena satisfação pela libertação de Clementina Cantoni. Condenamos aqueles que praticam atos desumanos como seqüestros e extorsões, especialmente se cometidos contra civis e agentes humanitários. Solicitamos medidas adequadas para a sua proteção”: disse, em diálogo com a Agência Fides, Anthony Waseem, líder católico da “Comissão para a Paz e o Desenvolvimento Humano” no Paquistão, dedicada à defesa dos direitos humanos e à paz na região do Oriente Médio.
Waseem explicou à Fides: “Os agentes humanitários trabalham pelo bem da humanidade e doam a própria vida, independentemente da nação a que pertençam, da sua língua ou raça. Solicitamos com firmeza aos governos do Afeganistão e Paquistão que empreendam passos concretos contra o terrorismo e a intolerância, em defesa dos agentes humanitários. No caso da Cantoni, e de outras vítimas ainda hoje em poder de grupos seqüestradores, não houve uma mobilização suficiente. A opinião pública e a sociedade civil fizeram o possível para manifestar o seu descontentamento e pedir providências adequadas. Mas os que realmente podem fazer alguma coisa, que possuem instrumentos para intervir, são os governos. E, às vezes, a política é mais forte que os direitos humanos”.
Concluindo, Anthony Waseem lançou um apelo: “Solicitamos aos governos do Paquistão, Afeganistão e Iraque que empreendam passos reais, não só verbais, para a proteção dos agentes humanitários e para a plena defesa dos direitos humanos”.
A “Comissão para a Paz e o Desenvolvimento Humano” do Paquistão é uma Organização não-governamental dedicada à defesa dos direitos humanos e das minorias, que engloba cristãos e mulçumanos. Trabalha, frequentemente, lado a lado com a Comissão “Justiça e Paz” dos Bispos paquistaneses. De acordo com Waseem, para extirpar a intolerância da sociedade paquistanesa é necessário refazer o tecido da paz e da reconciliação a partir de baixo, através de uma rede de organizações, movimentos e grupos que devem se mobilizar. (PA) (Agência Fides 10/6/2005)