AMÉRICA/BOLÍVIA - Os Bispos proclamam hoje ‘Dia de oração pela Paz na Bolívia’. É desejo comum responder aos graves problemas do país, “na linha da democracia, em um clima pacífico e de diálogo”

Santa Cruz (Agência Fides) - “Convictos da força da oração, pedimos a todas as paróquias, comunidades eclesiais e fiei, para que dediquem o dia de amanhã à oração pela paz, com Missas, celebrações e vigílias de oração”.
Com este convite, encerra-se o Comunicado da Conferência Episcopal da Bolívia, enviado à Agência Fides, e publicado ontem, 8 de junho. O documento informa sobre o empenho da Igreja desde quando, em 3 de junho passado, aceitou facilitar o diálogo entre todas as partes envolvidas, para resolver os graves problemas que o país está atravessando. Os Bispos mantiveram diversos encontros seja com as Autoridades do Estado, como com os representantes dos diversos setores, instituições e organizações da sociedade. Nem todos puderam encontrar os Bispos, em função da grande demanda e da precipitação dos eventos.
A poucas horas da reunião extraordinária do Parlamento da República, convocada para hoje, os Bispos se dirigem ao povo da Bolívia, para informá-lo sobre os progressos do diálogo e as suas preocupações. Antes de tudo, constata-se o desejo comum de responder aos graves problemas que o país atravessa “na linha da democracia, em um clima pacífico e de diálogo”. A maior parte dos consultados concorda que as eleições gerais devem ser antecipadas, “para poder estabelecer um novo equilíbrio político e democrático, que expresse o desejo soberano dos cidadãos e facilite a governabilidade do País, com atenção aos problemas incandescentes que vivemos”.
Sobre a sucessão constitucional, os Bispos pedem que o Parlamento adote “soluções conformes às normas vigentes, considerando também os sentimentos da população e o bem-estar da nação”. Diante da renúncia do Presidente da República, é prerrogativa do Parlamento tomar decisões, e em nenhum momento, a Conferência Episcopal Boliviana apoiou ou apóia a designação de algum cidadão, em particular.
Os setores sociais encontrados pelos Bispos pedem maior atenção e uma análise mais urgente e profunda das exigências da Assembléia Constituinte, além do Referendo para a Autonomia e dos problemas ligados à questão dos combustíveis.
“Diante destes desafios, exortamos a criar um ambiente de diálogo e de colaboração, que possibilite a busca de soluções justas, pacíficas e de respeito recíproco” - escrevem os Bispos, que dirigem, enfim, um apelo particular aos membros do Parlamento, aos quais asseguram sua oração para que, na busca do bem comum, assumam com sabedoria as responsabilidades que lhes são confiadas. (S.L.) (Agência Fides 9/6/2005)