Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Domingo, 15 de maio, Solenidade de Pentecostes, o Santo Padre Bento XVI presidiu a Santa Missa na Patriarcal Basílica Vaticana, no decorrer da qual conferiu a Ordenação presbiteral a 21 diáconos da Diocese de Roma. Publicamos a seguir alguns trechos da homilia do Santo Padre.
“A primeira leitura e o Evangelho do Domingo de Pentecostes nos apresentam duas grandes imagens da missão do Espírito Santo. A leituras dos Atos dos Apóstolos narra como, o dia de Pentecostes, o Espírito Santo, sob os sinais de um vento potente e do fogo, irrompe na comunidade que ora dos discípulos de Jesus e dá assim origem à Igreja. (…) O Espírito Santo doa a compreensão. Supera a ruptura iniciada por Babel - a confusão dos corações, que nos coloca um contra o outro - e abre as fronteiras. O povo de Deus que havia encontrado no Sinai a sua primeira configuração, agora é ampliado até não conhecer mais nenhuma fronteira. O novo povo de Deus, a Igreja, é um povo que provem de todos os povos. A Igreja desde o início é católica, esta é a sua essência mais profunda. (…) A Igreja deve sempre novamente se tornar aquilo que já é: deve abrir as fronteiras entre os povos e romper as barreiras entre as classes e as raças. Nesta, não podem existir nem esquecidos nem desprezados. Na Igreja, existem somente livres irmãos e irmãs de Jesus Cristo. Vento e fogo do Espírito Santo devem, sem descanso, abrir as fronteiras que nós homens continuamos a levantar entre nós; devemos sempre passar novamente por Babel, do fechamento em nós mesmos, a Pentecostes”. (…)
“A segunda imagem do envio do Espírito, que encontramos no Evangelho, é muito mais discreta. (…) O Senhor Ressuscitado através das portas fechadas entra no local onde se encontram os discípulos e os saúda duas vezes dizendo: que a paz esteja convosco! Nós, continuamente, fechamos as nossas portas; continuamente, queremos nos garantir e não queremos ser perturbados pelos outros e por Deus. (…) À saudação de paz do Senhor, seguem dois gestos decisivos para Pentecostes: o Senhor quer que a sua missão continue nos discípulos: “Como Pai me enviou, também eu vos envio”. Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo; Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes, ser-lhes-ão retidos”. (…)
“Caros ordenandos!... A cada um de vocês, de modo muito pessoal, o Senhor diz: paz a vocês - paz a você! Quando o Senhor diz isso, não nos doa algo, mas doa Si mesmo. De fato, Ele próprio é a paz. Nesta saudação do Senhor, podemos entrever também um chamado ao grande mistério da fé, à Santa Eucaristia, na qual Ele continuamente nos dos si mesmo e, de tal modo, a verdadeira paz. Esta saudação insere-se assim no centro de sua missão sacerdotal: O Senhor confia a vocês o mistério deste sacramento”. (…)
“Ressoa em seguida, no Evangelho que acabamos de ouvir, uma segunda palavra do Ressuscitado: “Como Pai me enviou, também eu vos envio”. Cristo diz isso, de modo muito pessoal, a cada um de vocês. Com a ordenação sacerdotal vocês se inserem na missão dos apóstolos. O Espírito Santo é vento, mas não é amorfo. É um Espírito ordenado. E se manifesta justamente ordenando a missão, no sacramento do sacerdócio, com o qual continua o ministério dos apóstolos. Através deste ministério, vocês passam a pertencer à grande lista daqueles que, a partir de Pentecostes, receberam a missão apostólica. (…) Como o Senhor saiu do Pai e nos doou luz, vida e amor, assim a missão deve continuamente colocar-nos em movimento, tornar-nos inquietos para levar a quem sofre, a quem duvida, e também à quem reluta, a alegria de Cristo. Por fim, há o poder do perdão. O sacramento da penitência é um dos tesouros da Igreja, porque somente no perdão se realiza a verdadeira renovação do mundo. (S.L.) (Agência Fides 16/5/2005)
