ÁFRICA/TOGO - Violências, intimidações e fraudes na denúncia-documento da Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Togo, sobre o andamento das eleições do último 24 de abril.

Quinta, 12 Maio 2005

Lomé (Agência Fides) - Número de cadeiras ‘variável’ (de 5.311 a 5.320, segundo as diversas fontes, inclusive oficiais), listas eleitorais incompletas, eleitores com mais de uma cédula nas mãos, intimidações e agressões das forças de ordem. São somente alguns exemplos de irregularidade do voto nas eleições presidenciais togolesas de 24 de abril passado, registrados em um relatório da Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Togo.
O documento enviado à Agência Fides, é uma análise minuciosa do voto que elegeu, embora contestado pela oposição, Faure Gnassinbé Eyadéma. Entre as irregularidades apontadas, está a discrepância entre o número de cédulas eleitorais distribuídas antes do pleito (2.100.000) e o número de eleitores (2.288.279) anunciados no momento do anúncio do resultado eleitoral; um número maior de cédulas nulas (5,21% do total) nas regiões do sul do país, favorável à oposição, em relação às cédulas do norte (apenas 0,74%) consideradas próximas a Faure Gnassinbé Eyadéma; intimidações aos representantes da lista da oposição.
No dia da eleição, um centro de análise do voto da oposição foi destruído por militantes armados e as linhas telefônicas e de rede foram quase todas cortadas.
O relatório se encerra afirmando que o partido no poder sabia antes das eleições que não conseguiria vence-las (também a maior parte dos militares havia votado contra o regime em um ensaio das votações) e que, por isso, tomou medidas para tentar inverter o resultado.
(L.M.) (Agência Fides 12/5/2005)


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