Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Madri (Agência Fides) - Enquanto se realiza em Lion, na França, a Assembléia Geral Anual das Pontifícias Obras Missionárias, publicamos uma entrevista concedida recentemente à Agência Fides por Dom Francisco Pérez González, Arcebispo Castrense e Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) da Espanha, em que ele descreve a atividade de animação missionária desempenhada no ano passado e as perspectivas para o futuro.
“Durante 2004, as POM trabalharam especialmente para conscientizar as diversas comunidades cristãs, e de modo especial, as paróquias, sobre a importância da missão - diz Dom Francisco Pérez González. Realizaram-se encontros de catequese, especialmente para crianças, com o objetivo prioritário de prepará-los ao Dia da Infância Missionária, e para os jovens, com vista no Dia Mundial da Juventude, em Colônia. Além das 3 Campanhas anuais para o Dia Mundial das Missões, o Dia da Infância Missionária e o das Vocações Nativas, queremos dar mais atenção à Pontifícia União Missionária”.
A Espanha sempre foi muito sensível às missões, e ainda hoje, é o país com o maior número de missionários. O Diretor nacional destaca a grande sensibilidade existente sobre o tema da cooperação. “Chegam-nos muitas doações, e são muitas as pessoas que deixam em seus testamentos parte de seus bens às Pontifícias Obras Missionárias. O ambiente atual pode continuar a favorecer a missão, sobretudo entre os jovens. Muitos deles se sentem inquietos, insatisfeitos, diante do materialismo dominante. No verão, cerca de 10.000 jovens participam de experiências missionárias, acampamentos, convivências, ou partem diretamente para terras de missão”.
Dom Pérez não esconde algumas dificuldades encontradas na animação missionária, conscientes de que “a missão se sustenta em Cristo crucifixo”. Em primeiro lugar, nota-se certa ideologia materialista e hedonista que se está alastrando na sociedade européia e na Espanha: “Os jovens, em especial, vivem um momento delicado, porque pensam que a vida é somente divertimento e que é preciso aproveitá-la. Daí, a importância da formação de crianças e jovens. Tentamos também vencer o egoísmo, convidando à solidariedade, sobretudo olhando aos países pobres, e a descobrir a importância do significado da nova evangelização: amar Deus e o irmão. Estamos notando também uma preocupante falta de esperança, às vezes até dentro da própria Igreja, que é o lugar de onde deve brotar o sentido da esperança, que encontramos somente em Jesus Cristo”.
Em uma sociedade marcada por uma mentalidade secular, hedonista e materialista, “as POM devem entrar no coração de todas as dioceses, e ser o espírito transversal de toda ação pastoral - conclui Dom Pérez. Hoje, não é concebível uma ação pastoral sem uma experiência missionária e sem espírito missionário. Todo homem tem sede de Deus, e a missão é precisamente levar o homem a Deus”. (RZ/RG) (Agência Fides 11/5/2005)
