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Lomé (Agência Fides)- “Estamos à beira de um desastre, como o de Ruanda em 1994. O que a comunidade internacional está esperando para intervir antes que seja tarde de mais?”, questionam à Agência Fides fontes da Igreja no Togo. “Cada um deve assumir as próprias responsabilidades. Especialmente aqueles países que há anos têm uma forte relação com o Togo e o seu governo”, prosseguem as fontes da Fides. “O perigo de um conflito étnico não está distante. A frustração acumulada nos anos de ditadura pode agora se transformar em ódio, que alimenta o confronto de todos contra todos.”
Para mediar a crise, uma delegação conjunta da União Africana e da Comunidade Econômica dos Estados da África do oeste viajou no dia 30 de abril a Lomé. A oposição declarou-se favorável a encontrar a delegação. Em 28 de abril, a coalizão dos partidos no Togo pediu a anulação das eleições presidenciais de 24 de abril, alegando que houve fraudes e milhares de cédulas falsificadas inseridas nas urnas. Em 26 de abril, a comissão eleitoral nacional deu a vitória ao candidato da oposição, Faure Gnassingbé Eyadéma, com 60% dos votos, contra 38% do candidato da oposição, Emmanuel Akitani Bob. Akitani, porém, imediatamente se declarou o novo presidente do Togo. Os resultados do pleito ainda devem ser certificados pela Corte Constitucional.
Segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Lomé, os confrontos dos últimos dias provocaram ao menos uma centena de mortos. Há centenas de feridos e várias pessoas desaparecidas. De acordo com o relatório da representação diplomática norte-americana, que cita fontes da Cruz Vermelha local, os mortos seriam 30 somente na cidade de Atakpame, no norte, e mais de 135 feridos.
Na capital, a situação parece mais calma nas últimas horas, mas a atmosfera mantém-se tensa, como demonstra o assalta feito no dia 29 contra a sede do Goethe Institute. (L.M.) (Agência Fides 30/4/2005)
