Milão (Agência Fides) – “Não existe condição de pobreza tal a sufocar a aspiração de felicidade que caracteriza o coração do homem. As milhares de pessoas que hoje a noite se refugiam nos hospitais no Norte da Uganda (Gulu e Kitgum) por medo dos rebeldes; as crianças de serra Leoa que o Pe. Berton acolhe após a guerra; as crianças de Huambo em Angola; os órfãos da Romênia; os favelados do Brasil: são estes os homens e as mulheres que aspiram pela felicidade, como também a aspiram nós, para nós mesmos e para os que nos são caros”. O Dr. Arturo Alberti, Presidente da AVSI ( Associação de Voluntários para o Serviço Internacional) comentou para a Agência Fides a presença dos Países pobres no recente “Meeting pela Amizade entre os Povos”, em Rímini, cujo tem foi “A Busca da felicidade”.
“ A felicidade é uma aspiração de todos os homens da face da terra, onde quer que viva, mesmo nas condições mais difíceis – afirma Dr. Alberti. Nós desejamos responder a este desejo a partir da necessidade concreta de cada dia. Quem disse que o homem doente tem necessidade apenas de remédios e não de amizade, de encontro, de relações humanas?”. A AVSI que no ano passado celebrou 30 anos de atuação, tem a missão de promover e apoiar o desenvolvimento humano a partir dos princípios da Doutrina Social católica. É reconhecida como Ong de cooperação internacional e está presente em 32 Países da África, América latina, oriente Médio e Europa oriental, atuando em diversos setores (saúde, higiene, infância, educação, formação profissional, agricultura, adoção á distância de mais de 20.000 crianças e adolescentes).
“ Peçamos às Instituições que respondam com coragem a quem vive no desespero e na pobreza – prossegue Alberti. A cooperação ao desenvolvimento deve ser uma escolha estratégica de cada País rico para construir uma paz duradoura. Isto, infelizmente não ocorre: a política não oferece ainda respostas satisfatórias e nem grandes programas de desenvolvimento, pois que prevalece uma lógica assistencial e de emergência. De fato, estamos muito longe do 0,7% do PIL prometido pelos governos europeus para a Ajuda pública ao Desenvolvimento. Durante o Meeting, soubemos pelo Senador Mântica que a Itália não chegará a 0,33%.
Na opinião de Dr. Alberti, a sociedade civil é mais sensível e ativa com relação aos problemas do hemisfério sul, ao passo que a sociedade política é pouco disponível ao risco e preocupa-se predominantemente com questões de balanço das contas.
(S.L) (Agência Fides 16/09/2003 – linhas: 35; palavras: 454)