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Lomé (Agência Fides) - “Os moradores começam timidamente a sair às ruas, e a adquirir mais confiança no retorno à normalidade” - dizem à Agência Fides fontes da Igreja de Togo, aonde a grave crise política, aberta após as eleições de 24 de abril, que, segundo a oposição, mancharam-se de fraudes, sofreu uma reviravolta. Ontem, 25 de abril, os dois principais candidatos nas eleições presidenciais encontraram um acordo para a formação de um governo de unidade nacional, independentemente do resultado do pleito. O anúncio foi feito pelo presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, presidente de turno da União Africana, depois dos colóquios com Faure Gnassingbe - filho do falecido presidente e candidato do partido de governo - e o líder da oposição, Gilchrist Olympio.
Gnassingbe, 39 anos, é filho de Gnassingbe Eyadema, que governou o País por quase 40 anos com pulso de ferro, falecido repentinamente em fevereiro passado. Olympio, filho do primeiro presidente togolês depois da independência, é o líder reconhecido pela oposição. Não podendo se apresentar, por encontrar-se exilado em Paris - e, portanto, residente fora de Togo - fez campanha eleitoral para o número dois da coalizão da oposição, Emmanuel Akitani Bob. O pai de Gilchrist Olympio, Sylvanus Olympio, foi assassinato em 1963, em um golpe de Estado promovido por Eyadema, então jovem oficial. Quatro anos mais tarde, Eyadema proclamou-se presidente e impôs ao País o regime de um único partido.
“É certamente um progresso inesperado, que abre as porte à esperança” - comentam as fontes de Fides. “As pessoas estão prudentes, pois ainda temem violências dos militares, que mataram, ainda ontem, alguns manifestantes. Teme-se também que o acordo seja somente um expediente do regime para ganhar tempo e fazer desaparecer provas comprometedoras dos crimes cometidos no passado recente e remoto” - concluem as nossas fontes. (L.M.) (Agência Fides 26/4/2005)
