ÁFRICA/RD CONGO - “Uma população civil entre um fogo cruzado”: relatório da rede das organizações humanitárias da África central sobre a situação no leste do Congo

Bukavu (Agência Fides)- Uma população civil entre um fogo cruzado, submetida a violências por parte dos grupos armados e também por parte de quem teria a tarefa de defendê-la. É o que denuncia em uma nota enviada à Agência Fides a EURAC, a rede européia das organizações não-governamentais para a África central, referindo-se à situação em Kivu do sul, região no leste da República Democrática do Congo, onde há anos reinam os grupos armados locais e estrangeiros.
A situação mais difícil é a de Walungu, os estupros, os homicídios, os seqüestros e os saques cometidos pelos grupos armados ruandeses aumentaram desde que a MONUC (Missão da ONU no Congo) e o exército congolês lançaram, no final de 2004, operações militares de desmobilização das forças estrangeiras. Além disso, a população sofre cada vez mais com as extorsões cometidas pelos militares congoleses, as Forças Armadas da RDC. Em muitos casos, a ajuda humanitária, distribuída na região a 55.000 pessoas desabrigadas por causa da violência, foi saqueada ou pelas milícias de origem ruandesa ou pelos soldados congoleses.
Segundo a EURAC, “a declaração dos rebeldes ruandeses de 31 de março passado, depois da mediação conduzida pela Comunidade de Santo Egídio, oferece uma esperança de solução pacífica para a desmobilização e repatriação. O Comitê Internacional de Acompanhamento da Transição (CIAT), a MONUC e o Conselho de Segurança da ONU acolheram positivamente esta declaração, mas devem tomar iniciativas imediatas para convencer os milicianos a se reagruparam em campos de transição”.
A EURAC reúne organizações de assistência humanitária provenientes de 11 países da Europa (Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Noruega, Países Baixos, Suécia e Suíça), e é ativa na África Central no campo da cooperação ao desenvolvimento e da ajuda humanitária. (L.M.) (Agência Fides 22/4/2005)