ÁSIA/INDONÉSIA - “Foram longos minutos de terror. Agora as pessoas, provadas e desconfiadas, fogem para lugares seguros para afastar o pesadelo do terremoto”: à Fides o dramático testemunho de um jesuíta, empenhado nos locais do desastre

Quarta, 30 Março 2005

Jacarta (Agência Fides) - “Sentimos o terreno tremer sob nossos pés, enquanto sentiam-se os gritos de pânico: o terremoto, o terremoto! E as pessoas fugiram desesperadamente. A noite de 20 de março foi um condensado de terror. Não a esquecerei tão facilmente”: este é o dramático testemunho feito à Fides pelo jesuíta pe. Edi Mulyono, diretor do Jesuit Refugees Service (JRS) na Indonésia, que no momento do terremoto se encontrava em Aceh. “Se nós em Aceh vivemos momentos de pânico, posso imaginar a dor e a devastação na ilha de Nias, onde milhares de pessoas foram vítimas do desabamento de seu próprio teto”.
O Jesuíta explica: “Em Aceh, como em Nias, a eletricidade e as comunicações foram bruscamente interrompidas. As pessoas tentavam contatar ou encontrar parentes, amigos, pessoas queridas. Muitos ainda hoje o continuam a fazer, mas há muitos desaparecidos. Também a rede dos telefones celulares não está ativa. Com os voluntários do JRS, tentamos imediatamente dar força uns aos outros e arregaçar as mangas. À tragédia do tsunami, acrescenta-se este outro golpe. A população de Sumatra está realmente provada e desconfiada”.
O Pe. Edi conta que o medo de um novo tsunami deixou todo mundo sem fôlego por algumas horas: “Também nós fomos ao porto, mas com muita prudência. Mas conseguimos chegar lá somente passadas muitas horas do sismo”.
O jesuíta descreve a atual situação em Banda Aceh: “Há um remexer de pessoas e de veículos. As pessoas sentem-se inseguras, querem deixar definitivamente a área para se transferir a lugares com menos riscos. Viver com o pesadelo de um terremoto ou de um tsunami é impossível”.
Muitas organizações não-governamentais ativaram-se rapidamente e estão levando às vítimas ajudas humanitárias, de modo especial em Nias: “Vemos também uma grande mobilização das forças de polícia e do pessoal civil da administração indonésia. Dias atrás, o governo indonésio havia pedido a todas as organizações internacionais que deixassem Aceh, pois havia terminado a fase de emergência e iniciada a reconstrução. Mas agora, acredito que aquele pedido não terá mais efeito: a população de Sumatra precisa da ajuda da comunidade internacional para se recuperar dos duros golpes que sofreu. Devemos estar a seu lado hoje e no futuro próximo”.
(PA) (Agência Fides 30/3/2005)


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