Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Roma (Agência Fides) - “No continente americano vive hoje 49% dos católicos de todo o mundo. A Igreja no Peru, como todas as outras, é chamada a abrir-se à missão ad gentes. Por isso, é importante que os missionários italianos continuem trabalhando para que não falte a própria contribuição em favor da universalidade e da cooperação entre as Igrejas.” Este é o passo conclusivo da Mensagem redigida pelos missionários italianos no Peru, no final do encontro promovido pela Conferência Episcopal do Peru e pela Conferência Episcopal Italiana, realizado de 14 a 17 de fevereiro de 2005 em Santa Rosa (Lima).
Do encontro participaram 92 pessoas Fidei Donum, religiosos, religiosas e leigos, provenientes de 31 Organismos, Institutos e Movimentos eclesiais. O encontro foi dedicado ao aprofundamento das experiências de evangelização em ato na Igreja no Peru e naquela italiana, com o objetivo de individuar possibilidades concretas de intercâmbio e cooperação entre as duas Igrejas. Ilustraram a situação da Igreja no Peru: Dom Antonio Santarsiero (Bispo de Huacho), Pe. Carlos Castillo (docente de teologia em Lima), Dr. Corche Lafoschitana (Especialista da Caritas Peru), Dom Lino Panizza (Bispo de Carabayllo - Lima), Prof. Josè Luis Guadalupe (sociólogo). O contexto atual da evangelização na Itália foi apresentado por Dom Andrea Mugione (Arcebispo de Crotone e Secretário da Comissão episcopal da CEI para a evangelização dos povos), Mons. Giuseppe Andreozzi (Direor do Departamento da CEI para a cooperação missionária entre as Igrejas e Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias), Mons. Giuseppe Pellegrini (Vice-diretor). O Pe. Flavio Saleri (Diretor do Centro Unitário Missionário de Verona) fez as meditações cotidianas centralizadas sobre a vocação dos Dozes (Mc 3, 13-15) e os testemunhos de Dom Oscar Romero e Annalena Tonelli. Do encontro participaram ainda Dom Rino Passigato (Núncio Apostólico no Peru) e Sergio Busetto (Embaixador italiano no Peru).
“A escuta da Igreja que nos acolheu fez emergir como esta viva hoje a sua experiência de evangelização em meio a um povo ainda hoje profundamente religioso - escrevem os missionários italianos na Mensagem final -, mas que em uma situação de pobreza que alcançou 54% da população, conhece mais do que um motivo de profunda instabilidade em nível político, social, cultural e religioso… Chamada a manter viva a sua rica tradição de envio missionário, a nossa Itália vê crescer dentro de si mesma novos areópagos de evangelização, que não são estranhos nem mesmo a nós: a presença de “pessoas novas”, o confronto com outras confissões religiosas, a formação ao empenho político, o desafio das comunicações.”
O confronto das experiências missionárias evidenciou os “dons” da Igreja peruana àquela italiana: o sentido da comunidade, a vivacidade litúrgica, o envolvimento dos leigos, o estar entre as pessoas e a compartilha da situação dos pobres como experiência de Deus, o empenho político, a dimensão afetiva da religiosidade, a pastoral familiar. No serviço à Igreja peruana, a Igreja italiana pode dar, por sua vez, mais do que uma ajuda: itinerários formativos e catequistas; estratégias de orientação e programação pastoral; experiência de pastoral conjunta e integrada; propostas de espiritualidade, voluntariado e associacionismo; sentido de gratuidade. “Novas estradas de comunhão e cooperação entre as Igrejas podem abrir-se também graças ao trabalho pastoral nas comunidades eclesiais na Itália aos não poucos imigrados peruanos.” (S.L.) (Agência Fides 28/2/2005)
