ÁFRICA/EGITO - O Patriarca copta Tawadros: a Igreja tem uma missão espiritual e não política

Quarta, 9 Setembro 2015

Cairo (Agência Fides) - A Igreja Copta é uma realidade de natureza espiritual que serve toda a sociedade egípcia, sem exceção, e realiza esse serviço sem reivindicar papéis políticos diretos, limitando-se apenas a exercer a sua missão eclesial. Foi o que reiterou com veemência o Patriarca copta-ortodoxo Tawadros II, falando num teatro paroquial do Cairo. Em seu discurso, o Papa Tawadros repetiu intencionalmente que a Igreja copta não oferece apoio direto e pessoal a nenhum candidato, e também as suas atividades sociais, assistencias e educacionais são todas colocadas em relação à sua missão de natureza espiritual, para o benefício da salvação de todos.
O grande país africano está se preparando para as eleições parlamentares que se realizarão em vários turnos a partir de 17 de outubro próximo. O prazo para a apresentação dos candidatos e das listas expira nos próximos dias, e tendo em vista esse período aumenta o clima de mobilização pré-eleitoral. Nas últimas horas, até mesmo o copta Naguib Gabriel, líder da Federação Egípcia para os Direitos Humanos, apresentou aos órgãos competentes a documentação necessária para participar das eleições. Foi entretanto confirmada a presença de cristãos coptas nas listas do Partido salafita al-Nour. Nos últimos meses, para responder as polêmicas levantadas pela imprensa, alguns líderes de matriz islâmica esclareceram que a inclusão dos cristãos nas suas listas eleitorais representa um “ato necessário”, obrigatório pela lei eleitoral, e está dentro dos pré-requisitos constitucional aos quais os partidos políticos têm de cumprir a fim de ser admitidos nas próximas eleições parlamentares.
Foi anunciado há tempo a sua escolha de se candidatar nas listas do Partido conservador salafita também o ativista copta Nader El-Serafy, membro do partido político Ghad El-Thawra e co-fundador de “Coptas 38”, movimento de leigos fundado em 2011 para pedir a restauração das disposições canônicas estabelecidas pela Igreja copta ortodoxa, em 1938 - e, mais tarde revogada - que admitiam 9 condições em que era concedido aos cristãos coptas se divorciar. A Igreja copta nunca condenou explicitamente a escolha dos cristãos que decidem militar nos partidos de inspiração islâmica. A lei eleitoral em vigor estabelece que os cristãos coptas devem ser representados por pelo menos 24 candidatos nas listas do Partido que concorrem em âmbito nacional. (GV) (Agência Fides 9/9/2015).


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