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Nairóbi (Agência Fides) - “O objetivo dos Shabaab é ‘libertar’ o nordeste da Somália, habitado por quenianos de origem somali, dos não muçulmanos e dos não somalis” diz à Agência Fides Dom Joseph Alessandro, Bispo coadjutor de Garissa, nordeste do Quênia, no confim com a Somália, em cuja diocese se encontra Mandera, onde hoje de manhã cedo, 7 de julho, 14 pessoas foram mortas e 11 ficaram feridas em um ataque atribuído aos Shabaab somalis.
“Como nos ataques ocorridos anteriormente, o alvo foram trabalhadores provenientes de outras áreas do Quênia, e portanto, não somalis e não muçulmanos. Infelizmente, parece que esta tragédia está obtendo sucesso” diz o Bispo à Fides. “Diversos trabalhadores não locais já fugiram de Mandera nos meses passados,. Quem sofre as consequências são os campos da saúde e do ensino. Em todo o nordeste a educação está em graves dificuldades por causa da falta de professores, de outras áreas do país, que se recusam a voltar a trabalhar lá”.
“Temos que dizer que no alvo dos Shabaab estão também muitos líderes muçulmanos que têm opiniões diferentes das suas e apoiam a ação do governo” acrescenta Dom Alessandro.
“Se este projeto de ‘limpeza étnica e religiosa’ for levado ao fim, os Shabaab poderão declarar estes territórios como ‘islâmicos’ e talvez até aderir ao Califado. O governo de Nairóbi está tentando fazer o possível para que os quenianos originários de outras regiões permaneçam no nordeste, porque toda a área corre o risco de ser desestabilizada”, conclui Dom Alessandro.
Na área, os Shabaab cometeram vários ataques, em novembro e dezembro (veja Fides 24/11/2014 e 2/12/2014), o mais sangrento é o perpetrado em abril no campus universitário de Garissa, onde 148 estudantes foram mortos (veja Fides 8/4/2015). (L.M.) (Agência Fides 7/7/2015)
