ÁSIA/PAQUISTÃO – Mil vítimas em 5 dias pelo calor. A maior parte eram pobres e sem-casa

Terça, 30 Junho 2015

Karachi (Agência Fides) – Em consequência do calor tórrido que está atingindo Karachi, maior cidade do Paquistão, onde vivem 23 milhões de habitantes, 950 pessoas morreram em 5 dias. Os obituários não são suficientes para colher todos os cadáveres que continuam a chegar e os hospitais estão lotados. O fenômeno é o pior registrado nos últimos 50 anos. Embora o calor esteja atingindo toda a província norte de Sindh, aonde 1.100 pessoas morreram, a capital é a cidade mais atingida e a maior parte das mortes se verifica entre os pobres, duplamente afetados por não terem acesso à eletricidade e porque vivem amontoados em cômodos expostos ao sol e ao calor.
Segundo a principal organização humanitária do país, a Fundação Edhi, 50% dos mortos foram recolhidos nas ruas e é altamente provável que fossem mendicantes, toxicômanos e trabalhadores de rua. Os hospitais estão sob pressão e recebem cerca de 40 mil pessoas de toda a província, vitimas de insolação e desidratação. Segundo as autoridades médicas do Hospital Civil de Karachi, o centro está se ocupando exclusivamente de casos de emergência. As ONG afirma que dezenas de milhares de pessoas vivem e trabalham na ruas: mendicantes, vendedores ambulantes e trabalhadores manuais. Mais de 62% da população de Karachi vive em aglomerados informais, com uma densidade de quase 6 mil pessoas por km2.
Muitos não têm acesso a serviços básicos como água e eletricidade. É muito comum o acesso à rede elétrica com sistemas ilegais. Todavia, 46% das famílias do país que estão conectadas à rede elétrica não têm garantias de receber energia sem interrupções. As famílias mais ricas do país recorrem a geradores, mas 91 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia e não têm nenhuma opção. (AP) (30/6/2015 Agência Fides)


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