ÁSIA/IRAQUE - Subtraídas com mentiras milhares de casas aos cristãos emigrados de Bagdá

Sábado, 13 Junho 2015

Bagdá (Agência Fides) – Com a cumplicidade de funcionários corruptos, e indivíduos e grupos impostores conseguiram nos últimos anos adquirir ilegalmente a posse de milhares de casas pertencentes a famílias cristãs de Bagdá, que abandonaram a cidade para fugir do caos, da instabilidade e da violência que reinam no Iraque desde os tempos da última intervenção militar sob a guia dos Estados Unidos.
Dentre os milhares de cristãos que saíram do país nos últimos anos, muitos não tinham vendido as casas, os bens materiais, pois tinham a esperança de retornar ao Iraque em tempos mais tranquilos. Agora, um eventual retorno seria marcado pela descoberta triste de que suas propriedades passaram de mão em mão e os novos proprietários conseguiram em muitas situações obter falsos documentos de propriedade que tornam realmente impossível aos legítimos proprietários recuperar por vias legais seus bens.
O membro do conselho municipal de Bagdá Mohammed al-Rubai declarou numa recente entrevista televisiva que quase 70% das casas dos cristãos da capital iraquiana foram expropriadas ilegalmente e os títulos de propriedade foram falsificados com alterações dos cadastros fundiários feitas com a conivência de burocratas desonestos. A Ong “Baghdad Beituna” calculou que as violações das propriedades dos cristãos realizadas com a cumplicidade de funcionários públicos corruptos não foram menos de 7 mil. Políticos e militares também usufruem dos furtos “legalizados” das propriedades dos cristãos: num relatório divulgado em fevereiro passado pelo site al-Arabi al- Jadeed, o Conselho de Justiça, órgão judiciário supremo do Iraque, acusou os membros do governo naquele tempo guiado por Nuri al- Maliki de terem adquirido ilegalmente o possesso de propriedades privadas a maioria pertencente a cristãos através de operações desencadeadas pelo caos jurídico após a intervenção militar guiada pelos EUA que abateram o regime de Saddam Hussein. (GV) (Agência Fides 13/6/2015).


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