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Kinshasa (Agência Fides)- “Um diálogo nacional no respeito da Constituição.” Foi o que auspiciaram em 1º de junho os Bispos da República Democrática do Congo (RDC) no encontro com o Presidente Joseph Kabila, dedicado à elaboração do novo calendário eleitoral. A oposição contestou que as datas dos próximos pleitos (eleições locais, provinciais, políticas e presidenciais até 2016) até agora propostas são muito próximas, e pede um novo calendário eleitoral. A suspeita é que, deste modo, Kabila pretenda prolongar além do devido o seu mandato, que expira em 2016 (veja Fides 21/2/2015). A hipótese de um terceiro mandato de Kabila, em violação da Constituição, tinha suscitado em janeiro fortes protestos, que acabaram em confrontos com mortos e feridos (veja Fides 24/1/2015)
Segundo as informações enviadas à Agência Fides, para resolver a controvérsia, o Chefe de Estado promoveu uma série de encontros com representantes políticos, da sociedade civil e das religiões presentes na RDC, entre as quais os Bispos católicos. No decorrer do encontro, os representantes da CENCO (Conferência Episcopal Nacional do Congo), Dom Nicolas Djomo (Bispo de Tshumbe, Presidente da CENCO), Dom Fulgence Muteba (Bispo de Kilwa Kasenga, em Katanga) e Pe. Léonard Santedi (Secretário-Geral da CENCO), lançaram um apelo para que se instaure um clima de confiança recíproca.
“Agradecemos ao Presidente da República por ter-nos associado aos encontros. (…). Para nós, o diálogo é via mestra e pacífica para sair de uma crise. Mas é preciso definir as circunstâncias, o objeto e os objetivos. É preciso ainda levar em consideração os eventos, porque é taxativo ter um consenso nacional sobre o calendário eleitoral”, declarou depois do encontro Pe. Léonard Santedi.
“O diálogo deve fazer-se no respeito da Constituição, dos tempos constitucionais e das instituições”, acrescentou.
“Garantir a segurança das operações eleitorais e dos candidatos são pontos importantes que devem levar o país em direção daquilo que é importante para os Bispos: a construção de um futuro melhor e, sobretudo, do bem-estar da população”, concluiu o Secretário-Geral da CENCO. (L.M.) (Agência Fides 2/6/2015)
