ÁFRICA/COSTA DO MARFIM – Os Bispos exortam a “trabalhar pela reconciliação em vista das eleições”

Abidjã (Agência Fides) – Desarmamento, reconciliação dos ânimos, verdade sobre o passado recente da Costa do Marfim, justiça équa, perdão e diálogo entre os adversários políticos e dentro dos próprios partidos. São algumas das indicações oferecidas pelos Bispos marfinenses, na mensagem publicada no final de sua Assembleia, que se concluiu em 10 de maio, em vista das eleições presidenciais de outubro.
Em sua mensagem, enviada à Agência Fides, os Bispos reconhecem os progressos efetuados pela Costa do Marfim nesses poucos anos transcorridos desde o final da guerra civil, em 2011. “Depois da crise que nasceu das últimas eleições, as novas autoridades do país, conscientes da fratura social, optaram pela reconciliação dos filhos e das filhas do país”. Uma política que se traduziu na constituição da Comissão Diálogo, Verdade e Reconciliação (CDVR), que marcou o início do desarmamento e a reinserção na sociedade civil dos ex-combatentes e o regresso dos refugiados.
“Apesar de todas estas ações conduzidas em tão pouco tempo, deve-se constatar, porém, que muito permanece por fazer”, afirma a mensagem. Em especial, a CDVR “chegou ao final de seu mandato sem ter superado o desafio da reconciliação. É verdade que os rancores, as tensões, as frustrações, os traumas e a prática da manipulação étnica ainda estão presentes no nosso país”.
“Por outro lado – continuam os Bispos –, a frente social em ebulição nos inquieta”. Por isso, a Conferência Episcopal encoraja todos a “criar as condições de uma verdadeira reconciliação”.
Entre as indicações oferecidas pelos Bispos, pede-se aos jovens que sejam vigilantes para que não se deixem instrumentalizar por políticos e, aos jornalistas, que evitem “escrever artigos incendiários que podem comprometer a frágil paz”. (L.M.) (Agência Fides 12/5/2015)