ÁSIA/SÍRIA - Libertados 19 cristãos nas mãos dos jihadistas; para o Arcebispo Hindo: tratativas delicadas, melhor evitar iniciativas sem critérios

Segunda, 2 Março 2015

Hassaké (Agência Fides) – Na tarde de domingo, 1° de março, foram libertados e chegaram a Hassaké 19 cristãos assírios reféns dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) que tinham capturado os cristãos durante a ofensiva por eles perpetrada em 23 de fevereiro nos povoados cristãos espalhados ao longo do Rio Khabur, na província oriental síria de Jazira. “Trata-se de um grupo pequeno, se comparado às centanas de cristãos ainda prisioneiros de Daesh (acrônimo árabe usado para indicar o EI, ndr), mas as tratativas continuam a fim de libertar também os outros, e temos a esperança de que seja possível”, refere à Agência Fides o Arcebispo Jacques Behnan Hindo, responsável pela arquieparquia sírio-católica de Hassaké-Nisibi.
Os chefes das Igrejas e comunidades locais procuram manter abertos os contatos e negociações com a milícia do EI através da mediação de alguns líderes tribais muçulmanos locais. “O momento é delicado - explica o Arcebispo sírio - e qualquer iniciativa ou palavra não calibrada tomadas sem ponderação pode aumentar os riscos para todos”. A este respeito, Dom Hindo comentou negativamente o comunicado publicado ontem no qual as milícias de autodefesa no Iraque e ligadas ao Assyrian Democratic Movement estão prontas para intervir no território sírio para defender os cristãos de Jazira dos ataques jihadistas. “Neste momento abalado pela guerra - disse o Arcebispo – tirar para fora as milícias cristãs pode alimentar equívocos e manipulações, aumentando os riscos para os sequestrados. Se querem combater contra o Califado, se unam às forças regulares ou aos curdos, sem criar outras milícias confessionais”. Os 19 reféns libertados domingo pertencem à aldeia de Tel Goran. Dentre eles estão duas mulheres, uma delas, grávida, teve que deixar em mãos dos jihadistas uma filha de 6 anos. No entanto, as milícias curdas e também o exército sírio retomaram o controle de setores da área próxima de Quamishli, mas ainda não tentaram recuperar os vilarejos assírios do vale do Khabur. “Desde que se iniciou o ataque jihadista nestas aldeias – repete o Arcebispo Hindo – os ataques aéreos da coalizão internacional contra posições do Estado Islâmico foram estranhamente suspensas”. (GV) (Agência Fides 2/3/2015).


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