ÁFRICA/EGITO - O Patriarca copta Tawadros: a Igreja não interfere nas eleições políticas

Cairo (Agência Fides) - Nas próximas eleições parlamentares egípcias, previstas para os próximos meses de março e abril, a Igreja copta-ortodoxa “não vai assinalar nenhum nome” do candidato a ser apoiado e não exercitará “nenhuma interferência” na livre escolha dos representantes políticos da parte do povo egípcio. Assim falou o patriarca copta-ortodoxo, Tawadros II, em declarações na segunda-feira, 10 de janeiro, por ocasião da festa da Epifania copta.
O Egito está sem Parlamento desde 2012, quando o Tribunal Constitucional dissolveu a Assembleia Parlamentar dominada pela Irmandade Muçulmana, apelando para a falta de constitucionalidade da lei eleitoral com a qual foi selecionada. A nova Câmara dos Deputados será composta por um total de 567 membros. O sistema eleitoral reserva 120 lugares a listas “bloqueadas” de candidatos indicados por diferentes partidos. Destas, pelo menos 56 deverão ser ocupadas por mulheres, 24 por candidatos cristãos, 32 por pertencentes às categorias sociais de agricultores e 8 por pessoas com deficiência.
Em julho passado, o Patriarca copta-ortodoxo, Tawadros II, com uma posição “preventiva”, chamou os bispos da Igreja copta-ortodoxa a absterem-se de todo envolvimento direto na campanha eleitoral, lembrando também as medidas canônicas aplicáveis aos representantes do clero que se envolvem diretamente na atividade política. “Essa perspectiva – observa à Agência Fides Anba Antonios Aziz Mina, Bispo copta católico de Guizeh - é compartilhada no Egito por todas as Igrejas: deve ser incentivada a participação ao voto, deixando ao livre discernimento dos fiéis a escolha dos partidos e candidatos para votar. “A Irmandade Muçulmana foi impedida por lei a possibilidade de apresentar a sua própria lista, mas os setores da população ligados à Irmandade Muçulmana poderiam apoiar os candidatos do partido al-Nur, de matriz islâmica salafita. (GV) (Agência Fides 20/1/2015).