Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Beit Jala (Agência Fides) – Oposição confirmada à construção do muro no Vale de Cremisan e a novas iniciativas para combater a ampliação da colonização ilegal em Hebron com o apoio do governo israelense. Estes são os dois compromissos concretos dos 16 Bispos que participaram este ano da visita à Palestina e Israel organizada pela Holy Land Coordination (HLC), organismo que reúne Bispos e representantes das Conferências Episcopais da Europa e América do Norte. No comunicado publicado em 15 de janeiro, na conclusão de sua visita, os Bispos se referem diretamente aos dois casos controversos e se detêm de modo especial na emergência humanitária registrada na Faixa de Gaza. “Nos próximos meses – consta no texto enviado à Agência Fides – continuaremos a nos opor à construção do muro previsto no Vale de Cremisan. Isso comportaria a perda de terras e dos meios de subsistência e de muitas famílias cristãs”. Os Bispos assumem também o compromisso de “contrastar a expansão do projeto de colonização, ilegal segundo o direito internacional, do qual fomos testemunhas diretas em Hebron”, destacando que “o seu impacto sobre a liberdade de movimento dos palestinos e sobre a confisca das terras é simplesmente injusto”. Uma ampla parte do documento final se detém na condição registrada na Faixa de Gaza, ainda marcada pelas consequências devastadoras da operação militar “bordo de proteção”. Dezenas de milhares de famílias de Gaza – referem os Bispos da HLC - “não têm moradias adequadas. Neste último período de frio gelado, pelo menos duas crianças morreram de hipotermia. O impedimento contínuo não permite a reconstrução e contribui ao desespero, que ameaça a legítima esperança dos israelenses de segurança mas cria, igualmente, níveis intoleráveis de desemprego e conduz as pessoas à pobreza mais extrema”.
Não obstante a devastação e o medo de outra guerra, a pequena comunidade cristã é descrita no comunicado como uma realidade capaz de conservar a esperança até em uma condição tão marcada pela dor e a pobreza: “Vimos famílias – escrevem os Bispos da HLC – reconstruir tenazmente suas vidas. Vimos uma pequena comunidade cristã com uma fé enorme. Admiramos a tenacidade de muitos voluntários. Visitamos a escola Sagrada Família, onde muçulmanos e cristãos estudam e brincam juntos em harmonia”. (GV) (Agência Fides 16/1/2015).
