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Kinshasa (Agência Fides) - Alerta de possível adiamento das eleições políticas e presidenciais previstas na República Democrática do Congo em 2016. Segundo nota enviada à Agência Fides pela Rede Paz para o Congo, o governo anunciou a organização de um censo geral da população para antes das eleições legislativas e presidenciais de 2016. Richard Muyej, ministro do interior, afirmou que com base nos resultados deste censo, a Comissão Eleitoral Independente (CENI) redigirá as listas de adultos eleitores. “Se a iniciativa é positiva, é preciso ver quanto tempo será necessário para esta operação em um país do tamanho da Europa ocidental, sem rodovias e com cerca de 70 milhões de habitantes”, afirma a nota. É pouco provável que esta operação se conclua em menos de um ano; talvez serão necessários 2 ou 3. Neste caso, seria inevitável adiar as operações eleitorais marcadas para 2016. É o que os partidos da oposição e a sociedade civil temem, porque o adiamento das eleições serviria à maioria presidencial como álibi para manter no poder o Presidente Kabila, cujo segundo e último mandato, segundo a Constituição, terminará em 19 de dezembro de 2016.
O Presidente Kabila está tentando modificar a Constituição para poder concorrer nas eleições e obter um terceiro mandato presidencial, uma revisão que suscitou a contrariedade dos Bispos locais (veja Fides 17/9/2014 e 27/10/2014).
“Segundo a sociedade civil congolesa, é preciso admitir que na situação atual e devido aos numerosos atrasos acumulados, não é mais realista imaginar em organizar eleições locais – muito caras – em 2015” afirma a nota. A sociedade civil congolesa propõe priorizar as eleições presidenciais de 2016 e efetuar, ao invés de um censo, um novo cadastramento dos eleitores. (L.M.) (Agência Fides 2/1/2015)
