ÁSIA/SÍRIA - Em Raqqa, existem ainda 15 famílias cristãs. Reiterado para elas a obrigação de pagar a “taxa de proteção”

Sábado, 15 Novembro 2014

Raqqa (Agência Fides) – Em Raqqa, a cidade da Síria setentrional que se tornou o reduto dos jihadistas do Estado Islâmico (IS) desde 2014, residem somente 23 famílias cristãs das 1500 que habitavam na cidade antes que iniciasse o conflito sírio.
Sobre esta pequena comunidade constituída por cristãos armênios que não puderam deixar a cidade por falta de recursos ou por razões de idade ou saúde, a violência do fundamentalismo islâmico se abate sob o aspecto de praxes administrativas e burocráticas. Foram-lhes recentemente comunicados os parâmetros da ‘jizya’, o imposto de ‘proteção’ que devem pagar a partir de 16 de novembro para não serem expulsos e despejados de suas casas. A taxa é de uma soma equivalente a 535 dólares. A informação, proveniente dos próprios cristãos de Raqqa, foi divulgada pelo site árabe ankawa.com. Muito provavelmente, as famílias cristãs, empobrecidas pela guerra, não poderão pagar o imposto e deverão abandonar suas casas. A ‘jizya’ é a taxa que até o século XIX todos os súditos não-muçulmanos deviam pagar às autoridades islâmicas como cláusula do ‘pacto’ que lhes garantia a proteção de agressões externas e liberdade de culto. Em Raqqa, os jihadistas do EI – que assumiram o total controle da cidade nos primeiros meses de 2014, depois de combater com outras facções islâmicas anti-Assad – transformaram a principal Igreja armênia em escritório para administrar os negócios islâmicos e para a promoção da xariá. Na cidade-sede, os milicianos do Estado Islâmico já expropriaram propriedades de cristãos fugidos e organizaram também ações simbólicas, como o incêndio de Bíblias e livros cristãos. Aos afiliados da facção jihadistas do EI é atribuído o sequestro do jesuíta romano Paolo Dall'Oglio, desaparecido em Raqqa em fins de julho de 2013. (GV) (Agência Fides 15/11/2014).


Compartilhar: