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Nova Délhi (Agência Fides) – “O novo governo do líder nacionalista Narendra Modi não é abertamente contras as minorias, mas estamos tristes e preocupados com o que está acontecendo na Índia: o governo não diz e não faz nada para deter os grupos religiosos da direita nacionalista que atacam as minorias. Deste modo, se torna cúmplice”: é o que afirma num colóquio com a Agência Fides pe. Charles Irudayam, Secretário executivo da Comissão “Justiça, paz e desenvolvimento” da Conferência Episcopal da Índia, expressando a visão dos Bispos indianos.
“No Estado de Chattisgaṛh (Índia central), esses grupos extremistas promoveram novas violências. Impediram aos missionários e aos religiosos cristãos de entrarem em algumas áreas e em alguns vilarejos. Por isso, a Comissão Justiça e Paz enviou uma carta de protesto oficial ao governo”, conta o sacerdote indiano. Pe. Charles recorda que recentemente toda a sociedade civil indiana manifestou publicamente sua dificuldade, pedindo a intervenção das autoridades civis.
“O governo central de Narendra Modi – explica Irudayam – jamais condenou as violências. Este silêncio significa que, na sua mentalidade, compartilha o procedimento e a ideologia de uma Índia reservada aos hinduístas. Mas esta ideia vai contra a nossa Constituição, que traça uma nação democrática e pluralista. É tarefa do governo respeitar e fazer respeitar a Constituição”.
“Nesta fase, depois dos primeiros cem dias do governo de Modi – prossegue o Secretário –, a Igreja indiana e os seus Bispos estão em alerta e acompanham com grande atenção o que acontece. Alguns Bispos pediram: até quando continuará esta cumplicidade do governo com os violentos? Também alguns eminentes juristas e intelectuais hinduístas apoiam esta posição, pedindo ao executivo um claro pronunciamento. Caso contrário, explicam, as violências contra as minorias religiosas aumentarão”.
O Secretário da Comissão conclui: “Sabemos que o Papa Francisco nos acompanha no nosso esforço pela paz e a justiça. Uma luta não violenta, levantando a voz em público e em direção a Deus, com a oração. O nosso empenho é pela harmonia social e religiosa. O governo está focalizando o desenvolvimento e a limpeza da cidade. O que é necessário, antes de tudo, é uma limpeza do coração. Queremos uma Índia limpa, mas sobretudo de coração limpo, graças à paz, à justiça e à fraternidade”. (PA) (Agência Fides 4/11/2014)
